Lojistas querem processar empresa de cartões por pane

A Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) informou ontem que estuda entrar com uma ação na Justiça contra a empresa de processamento de cartões Redecard, dona das bandeiras MasterCard e Diners (crédito) e MasterCard Maestro e Redeshop (débito), por causa da pane no sistema de pagamento ocorrida na quinta-feira, véspera de Natal.

O problema com a rede de cartões durou cerca de cinco horas e afetou lojistas em todo os Estados do País. Segundo a entidade representante do varejo, a pane trouxe “prejuízos incalculáveis” aos comerciantes na “mais importante data de vendas” para o setor.

Em nota divulgada anteontem, a Redecard disse que um problema em seu processamento causou instabilidade na rede e que medidas corretivas foram tomadas. Representantes da empresa não foram localizados ontem para esclarecer os motivos do problema ou o número de estabelecimentos afetados.

A Redecard é uma das maiores processadoras de cartão do Brasil. A companhia e a concorrente Cielo (ex-Visanet), da bandeira Visa, dominam 90% do mercado brasileiro de cartões.

Segundo o presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Júnior, o evento de quinta-feira é consequência da fragilidade do sistema, prejudicado pelos “constantes abusos desse duopólio”. “Esta é uma prova irrefutável do despreparo do sistema de captação da Redecard. Será que o sistema não está à altura para atender à demanda que todos já previam que ia crescer neste fim de ano, ou foi negligência da operadora?”, indagou. A entidade informou que deve rever os contratos e estudar a possibilidade de entrar com uma ação coletiva na Justiça contra a Redecard, pedindo ressarcimento de danos.

Recorde

Enquanto a Redecard corria para solucionar o problema que afetou toda a rede, sua maior concorrente, a Cielo (ex-Visanet) registrava recordes de transações de vendas no Natal. No dia 23, a companhia processou 17 milhões de transações com a bandeira Visa, o maior volume já alcançado em um só dia.

Na véspera de Natal, às 13h, foram realizadas até 692 operações por segundo – ou 1,9 milhão por hora. Segundo a companhia, “os recordes foram possíveis graças à alta tecnologia aplicada na rede, que operou com índice de disponibilidade de 99,995%”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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