O ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, disse nesta quinta-feira (17), que a perspectiva de aumento dos preços da gasolina e do óleo diesel é "uma questão que não está sendo vista no momento em termos técnicos no governo". Alinhado com o discurso que vem sendo repetido constantemente pelos executivos da Petrobras, ele afirmou que a estatal sempre estuda o assunto, "mas não há nenhuma reunião agendada no governo para discutir isso".
Desde setembro de 2005 os dois combustíveis não são reajustados no Brasil, apesar de o preço do barril de petróleo no mercado internacional ter saltado dos US$ 60 à época para acima de US$ 110 hoje. A Petrobras costuma repetir que não tem intenção de passar a volatilidade dos preços para os dois combustíveis e que ainda não há um patamar definido nos preços do petróleo no mercado internacional.
Outra resposta padrão da empresa para este questionamento é que a desvalorização do dólar frente ao real compensou diferenças que pudessem ter ocorrido nos preços. O principal questionamento sobre este repasse dos preços dos combustíveis vem dos analistas de mercado, que apontam que a companhia poderia apresentar um lucro melhor caso tivesse repassando a alta dos combustíveis aos dois principais produtos que correspondem a 60% de seu faturamento.
Indagado se o fato estaria prejudicando o lucro da Petrobras, Lobão disse que os resultados da companhia têm impacto também de eficiência e tributos. "Não podemos perder de vista que a Petrobras paga 66% de tributos do que vende e o lucro não vem só do preço do combustível, mas da sua competência e eficiência".
Produção
O presidente da Petrobras minimizou a queda na produção na empresa que vem sendo verificada nos últimos três meses, depois de a estatal ter atingido a máxima de dois milhões de barris por dia no final do ano passado. "Houve uma queda mínima nos últimos meses por conta de paradas programadas em plataformas, que foram compensadas com a entrada de novas unidades. Ainda assim estamos com uma produção acima do que um ano atrás", disse.
Ele lembrou ainda que a estatal terá este ano o reflexo das plataformas que entraram em operação no ano passado, e ainda não atingindo sua capacidade máxima de produção. "No ano passado, entraram cinco unidades que acrescentaram 540 mil barris à produção da empresa", lembrou Gabrielli.
