O preço da gasolina comum subiu mais uma vez em Curitiba, e chegou ao patamar de R$ 2,39 o litro em diversos postos. Este é o quarto aumento do combustível em um mês. Em fevereiro, o litro custava R$ 1,99, dias depois do Carnaval. De lá para cá, houve uma sucessão de reajustes: passou para R$ 2,09, logo depois para R$ 2,19 e, mais recentemente, para R$ 2,29, até chegar ao maior preço já registrado na cidade: R$ 2,39. O motivo da disparada dos preços é o aumento da margem de lucro por parte dos donos de postos.
Segundo levantamento da Agência Nacional do Petróleo (ANP), a margem de lucro dos revendedores de combustíveis em Curitiba passou de R$ 0,11 na terceira semana de fevereiro para R$ 0,30 na semana passada. Com isso, o preço médio do litro da gasolina comum saltou de R$ 2,05 para R$ 2,28. A ANP ainda não divulgou os dados dessa semana, mas com a nova alta nas bombas, a estimativa é que a margem de lucro tenha aumentado ainda mais.
?Esse preço não deve se sustentar por muito tempo?, acredita o supervisor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos, regional Paraná (Dieese-PR), Cid Cordeiro. Segundo ele, a tendência é que o preço caia por conta da concorrência e das promoções que as distribuidoras costumam fazer no final do mês. O aumento da gasolina deve pesar ainda na inflação. Segundo Cid Cordeiro, caso março feche com o preço médio da gasolina a R$ 2,28, o impacto sobre a inflação será de 0,45%.
Preço máximo
Para o dono do posto Capanema – bandeira Esso -, Marcos Venício Scripes, o valor de R$ 2,39 deve ser o teto máximo do litro da gasolina em Curitiba. ?A não ser que haja alguma reviravolta do preço do petróleo no mercado internacional?, acentuou. De acordo com Scripes, a margem de lucro era muito baixa e, para que os postos sobrevivessem, seria necessário aumentar a margem para R$ 0,25 a R$ 030.
?Curitiba e região têm cerca de 600 postos de gasolina, praticamente o dobro do que precisa. O excesso de postos provocou a guerra de preços, as distribuidoras começaram a vender abaixo do custo e o resultado foi que todos estavam operando em prejuízo?, apontou Scripes, que também já reajustou a gasolina a R$ 2,39.
Para Scripes, a tendência é que os postos que ainda vendem a gasolina a R$ 2,29 ou até menos reajustam os preços. ?Um começa a subir e todos vão atrás?, afirmou. Para ele, o preço não deve voltar a cair nos próximos dias. ?O telefone subiu, a energia elétrica também. Isso sem contar as reposições salariais da categoria. Aquele preço anterior era impossível?, comentou.
