Linhas especiais a empresa exportadora

Brasília (AE) – O Banco do Brasil vai lançar linhas especiais de crédito para micros e pequenas empresas que querem exportar e não têm dinheiro para participar de feiras no exterior, fazer viagens a negócios ou ainda enviar amostras dos seus produtos para os possíveis compradores estrangeiros. Segundo o vice-presidente da área internacional do BB, Rossano Maranhão, dar suporte para exportação das micros e pequenas empresas é um dos desafios da instituição para este ano. Ele diz que haverá um acirramento da competição no setor financeiro nesse nicho de mercado.

“O apetite dos bancos pelo financiamento ao comércio exterior vai aumentar. Com a redução da taxa de juros, as instituições financeiras irão aumentar os negócios com as empresas”, afirmou em entrevista à Agência Estado. Para tentar sair na frente da concorrência, o BB está reforçando sua rede de contato com o setor produtivo. Este ano, diz Maranhão, o banco pretende abrir até 13 novas agências corporate, destinadas a grandes empresas, e agências empresariais, direcionada para grupos menores.

“Pensar na micro e pequena empresas é também dar condições de crescimento para as médias e grandes empresas”, defende, ressaltando que no setor agroindustrial, por exemplo, cada criador de frango que integra a cadeia produtiva de um grande grupo do setor é um exportador. “Só que o risco e o custo da operação fica com a grande empresa, que tem mais facilidade de acessar os mercados lá fora”, diz.

O ano de 2003 foi excelente para o comércio exterior, mas 2004 promete ser ainda melhor, segundo Maranhão. O estoque de operações internacionais do BB cresceu 24%, no ano passado, e a previsão é de um incremento de até 30% para este ano. Os ventos vindos de fora, assegura, têm sido bastante favoráveis.

“O ano de 2004 já começou muito bem pelo lado do mercado de capitais”, diz Maranhão, destacando que bancos e empresas já captaram este ano US$ 2,5 bilhões no mercado externo. O fundamental tem sido o quadro lá fora. Segundo o vice-presidente do BB, os Estados Unidos dão sinais de que estão se recuperando e de que a taxa de juros não deve mudar no curtíssimo prazo.

Já a Ásia e a Europa não deverão ter o mesmo dinamismo dos EUA, na avaliação de Maranhão, mas, ainda assim, registrarão crescimento. Por outro lado, ele argumenta que eventos como o da gripe do frango ajudam o País a incrementar suas vendas e que a diversificação da pauta de produtos e dos destinos das mercadorias têm confirmado ganhos expressivos.

“As exportações para a China cresceram 80% em relação a 2002, para a Argentina, 95%. Para 2004, deve-se esperar resultado semelhante ao de 2003 do ponto de vista da balança comercial”, diz. “Novos mercados devem contribuir para isso, um exemplo é a Índia”, completa. No ano passado, o BB realizou 27,7 mil operações de financiamento à exportação, num total de US$ 7,6 bilhões, um crescimento de 20% em relação a 2002, que já foi considerado um ano bom nesse segmento. “A expectativa é fechar 32 mil operações este ano, com cerca de US$ 8 bilhões em financiamento”, prevê.

A vantagem do BB em relação à concorrência, defende, é ter uma diversificação das alternativas de captação no exterior que incluem, além das emissões diretas, captações junto a empresas e a pessoas físicas. Nos últimos anos, por exemplo, o BB fez um grande investimento no mercado japonês, onde há uma grande quantidade de brasileiros descendentes de japoneses que foram trabalhar e hoje dão suporte, depositam dinheiro no BB. Dos 140 mil clientes que têm no exterior, 110 mil estão no Japão.

“Este ano vamos inaugurar escritório em Angola para dar suporte à compra de produtos brasileiros, que é muito grande”, diz. “A quantidade de angolanos que pegam avião lá e vêm comprar no Brasil é enorme. Queremos que eles economizem essa passagem e façam suas compras pelo balcão de negócios do BB”, completa.

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