Linhão do Emprego tem novos empreendedores

Fraldas para adultos, artefatos de plásticos produtos aromáticos e roupas esportivas são os novos produtos que, a partir deste mês, estão saindo dos barracões empresariais que fazem parte do Linhão do Emprego. Os dois primeiros estão sendo feitos no barracão Pólo das Indústrias e, os outros, no Cajuru e no Izaac Ferreira da Cruz. Junto com quem já chegou há mais tempo, os novos pequenos empreendedores já começaram a fazer sua própria história.

São histórias como a de José Pereira Ventura, de 37 anos de idade, que está instalado há uma semana no barracão Pólo das Indústrias. Ele era ferramenteiro da Plastipar, onde trabalhou durante 15 anos, e decidiu montar seu negócio. “É preciso ter coragem para mudar”, diz Ventura, que é casado e pai de dois filhos.

Coragem não lhe faltou. Disposto a multiplicar os ganhos, ele investiu todo o acerto que recebeu da firma e montou a Ventura Indústria e Comércio de Artefatos de Plástico e Ferramentaria. Hoje a empresa já tem um empregado e fornece moldes de conexão e cabos para escovas de dentes a grandes empresas do mercado. “Ainda estou meio aéreo, porque trabalhava numa bancada montando as ferramentas e, agora, tenho de fazer de tudo um pouco.”

No mesmo barracão, Terezinha Rivelles, de 45 anos, chegou há 15 dias e já pensa em contratar mais gente para dar conta das encomendas. Ela, o marido e mais duas funcionárias fazem fraldas geriátricas, a Sob Controle Fraldas para Adultos. A família já trabalhava no ramo, mas estava prestes a ficar sem teto. “O dono do barracão onde estávamos queria o imóvel e não sabíamos o que fazer”, lembra Terezinha. “Vimos a propaganda do Linhão, fomos atrás e tudo ficou mais fácil.” De sua empresa, sairão 25 mil fraldas por mês, destinadas principalmente a hospitais de Curitiba.

Exportação

Distância bem maior que as fraldas percorrem as autopeças de borracha para caminhões e ônibus feitas pela Union Rubber do Brasil, instalada há três anos no Barracão Bairro Novo. Segundo Daniel de Mello Peixoto Amaral, 25% de sua produção é vendida por meio de exportadores para países como Alemanha, Itália, Chile, Argentina e até Israel.

Na empresa de Daniel trabalham cinco pessoas, que produzem em média 30 mil peças por mês. Seu faturamento mensal é de R$ 15 mil. “O Linhão está mantendo meu padrão de vida. Sem ele talvez tivesse de voltar a trabalhar como empregado, mas tinha mais de 40 anos, em que porta poderia bater?”, pergunta.

Velas

Exportar também faz parte dos sonhos de Gilmara Maria Albuquerque, de 46 anos, e de Maria Sizue Umezaki, de 49. As duas montaram uma sociedade para a produção de velas decorativas e estão no Linhão há dois anos, na empresa La Claridad. Agora elas começam a se preparar para as primeiras exportações para os Estados Unidos. “Estamos vendo com a Câmara Americana de Negócios quais os passos que precisam ser seguidos”, diz Maria Sizue.

Antes que saia o primeiro embarque para o exterior, as duas sócias estão prestes a colocar no mercado local aquele que consideram seu melhor produto: velas feitas com o formato do Jardim Botânico. “As pessoas sempre pediam réplicas de pontos turísticos”, explica Gilmara. As duas decidiram, então, contratar um escultor, que trabalhou durante quatro meses para fazer o molde.

Nos próximos dias, a La Claridad espalhará cerca de mil unidades das velas do Botânico em lojas de artesanato e decoração. Apostando no sucesso da idéia, elas já preparam a réplica da Ópera de Arame. “Com o Linhão, as oportunidades de crescimento chegaram”, diz Maria Sizue. O faturamento da empresa cresceu 100% em um ano e o número de peças saltou de 400 por mês para duas mil. Em dois anos, as velas produzidas no Linhão foram apresentadas em oito feiras.

Expor os produtos em feiras era um dos sonhos de Edilson Souza e Silva, 29 anos, que produz ímãs para geladeiras em um dos barracões do Xapinhal. Em apenas quatro meses de Linhão, ela já participou de cinco feiras. “Minha vida melhorou em tudo. Moro perto, ganhei credibilidade, vendo bem e tem sobrado mais dinheiro”, afirma.

No módulo que Silva ocupa no Xapinhal são produzidos 400 modelos de enfeites de geladeira. Seu maior sucesso são as aves brasileiras. “Temos aqui 50 modelos referentes à fauna e à flora do País”, conta. Todas as peças são pintadas à mão por 11 pintoras que prestam serviços a ele. Ao todo, são feitos 10 mil ímãs por mês. Metade da produção é vendida em Curitiba e a outra metade vai para Sâo Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Santa Catarina.

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