A linha de transmissão que interligará as hidrelétricas do rio Madeira ao sistema nacional deverá entrar em operação no próximo mês, segundo o diretor de Transmissão da Eletrobras, José Antonio Muniz Lopes. O executivo prevê que o início dos testes ocorrerá no começo de julho, quando 15 turbinas já devem estar em operação no complexo formado pelas usinas de Santo Antônio e Jirau. “Precisamos de 12 máquinas para fazer os testes”, ponderou Muniz.

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Com as turbinas em funcionamento, entrará em operação o chamado linhão do Madeira, cuja última previsão para o início das operações era abril. Muniz conversou com jornalistas durante o III Seminário Internacional de Gerenciamento de Ativos, Manutenção da Transmissão e Desempenho do Sistema Elétrico (Sigamt), que acontece em São Paulo.

Muniz também informou que a Eletrobras pretende entregar até outubro a solicitação formal referente ao processo de indenização por investimentos não amortizados de ativos de transmissão existentes antes de maio de 2000. O prazo final para que as empresas entreguem a solicitação à Aneel se encerra em dezembro. A agência reguladora, porém, não tem prazo para definir o valor das indenizações para esses ativos.

“Estamos com um grupo de trabalho, mas preferimos não antecipar projeções de valores”, disse Muniz. Em dezembro passado, o diretor financeiro e de relações com os investidores da Eletrobras, Armando Casado, informou que as transmissoras do grupo poderiam receber até R$ 11 bilhões adicionais pela indenização desses ativos não amortizados com data anterior a maio de 2000.

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Leilões

Questionado sobre os próximos leilões de transmissão, Muniz afirmou que a Eletrobras continuará a participar das disputas. Hoje, a Aneel aprovou a realização de um novo leilão de linhas de transmissão, a ser realizado em 12 de julho. Serão licitados 1.580 quilômetros de linhas.

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“Vamos participar, mas temos determinados pisos que não ultrapassaremos. Não fizemos propostas em alguns lotes (no último leilão) pois passamos a fazer mais exigências”, destacou Muniz. De acordo com o executivo, a taxa de retorno pode ser a mesma, mas o risco associado aos leilões aumentou. Por isso, a Eletrobras mudou sua postura.

No mês passado, o primeiro leilão de transmissão realizado após a aprovação da Lei 12.783 (Antiga MP 579) foi marcado pela ausência de ofertas para quatro empreendimentos, do total de dez lotes leiloados.