Roberto Freire e Ciro Gomes: não era o que o partido queria. |
Brasília –
O líder do PPS na Câmara, deputado Roberto Freire (PE), disse ontem que o governo pode contar com o apoio do partido nas reformas da Previdência e tributária, mas que essas são reformas inacabadas. “É um ajuste de caixa, não é nenhuma reforma estrutural”, disse Roberto Freire. O ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, também disse que as reformas propostas pelo governo não são tão profundas como as defendidas pelo PPS.Os dois líderes do PPS participaram ontem de encontro nacional do partido. O deputado Roberto Freire, no entanto, elogiou a auto-crítica que o PT vem fazendo em relação à postura anterior do partido sobre a reforma da Previdência e disse acreditar que a dissidência naquele partido é pequena. Freire destacou que no PPS não há centralismo democrático, mas que seu partido quer convencer os filiados da importância da aprovação das reformas.
No entanto, afirmou, se algum parlamentar tiver algum problema para votar algum ponto das reformas será respeitado. Freire achou um equívoco do ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, ter manifestado apoio à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele ressaltou que o partido tem compromisso com a governabilidade, mas não quer ficar atrelado ao projeto eleitoral do PT.
“Ele disse isso em certo momento, mas depois corrigiu. É um equívoco. O partido tem a responsabilidade com a sustentação e a governabilidade do governo, mas não está atrelado a nenhuma candidatura”, esclareceu Freire, acrescentando que o PPS deverá lançar o máximo de candidatos que conseguir nas eleições municipais. O ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, afirmou que as reformas não são tão profundas como as defendidas pelo PPS. Em uma escala de 1 a 5, Ciro disse que a reforma tributária está no nível 1 e a da Previdência, no nível 2. Mas tanto ele quanto o presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (PE), que considerou as reformas incompletas, garantiram que o partido vai votar favoravelmente às propostas no Congresso. Em reunião com o diretório do PPS, o ministro defendeu ainda a adoção de um outro modelo econômico, que leve o País a crescer 5% ao ano.
“As finanças se encontravam em total descalabro quando o Lula tomou posse e não cabia ao presidente mudar os mecanismos que ferissem de morte a já combalida credibilidade brasileira. Mas o caminho não é esse que está aí. Tudo o que fizemos foi desarmar a bomba, mas isso não deve tirar a disciplina de refletir sobre outro modelo econômico”, disse o ministro. “Se não pensarmos em um política econômica de crescimento, com inflação controlada e crescimento de 5% ao ano, o País não superará o seu processo de erosão social”, disse.