O líder do PSL no Senado, Major Olímpio (SP), defendeu adiar a sessão da reforma da Previdência no plenário da Casa para evitar mais derrotas ao governo. Na noite anterior, os senadores derrubaram da proposta as mudanças no pagamento do abono salarial, tirando uma economia de R$ 76,4 bilhões em dez anos.
Ainda restam seis destaques, ou seja, novas tentativas de alteração, para serem votados pelo plenário.
A sessão desta quarta-feira estava marcada para as 11 horas. A equipe econômica calcula que um ajuste de R$ 200 bilhões ainda estão em jogo na votação. Nesse caso, senadores governistas avaliam que é melhor adiar a sessão para dar mais tempo à articulação política.
“Acho que tinha que amadurecer um pouco mais. Vi que nada mudou da meia-noite e meia para cá”, disse Major Olimpio ao Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.
Para ele, há clima para mais desidratação. “Eu fico preocupado com isso. Ontem não faltou quórum, faltou ânimo. Não teve grandes mudanças do cenário de ontem para hoje”, declarou.
O próximo item a ser votado é um dos pontos de preocupação levantados por Olimpio. O PDT apresentou um destaque para que as mulheres que se aposentam por idade (geralmente as de menor renda e que ficam menos tempo no mercado formal) possam continuar pedindo o benefício aos 60 anos, como é hoje. A proposta eleva gradualmente essa idade para 62 anos.
Outra proposta, apresentada pelo PT, tenta tirar da reforma as mudanças nas regras para pensão por morte, que calcula 50% do valor da aposentadoria mais dez pontos porcentuais por dependente. Só este ponto diminuiria o impacto fiscal em aproximadamente R$ 100 bilhões.