Rechaçando o termo “recuo”, o líder do governo na Câmara, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), disse que a decisão do Executivo de retirar servidores estaduais e municipais da reforma da Previdência foi uma estratégia do governo para eliminar parte das 164 emendas apresentadas à Proposta de Emenda à Constituição (PEC). Outros aliados do governo também admitiram que a mudança faz parte dessa estratégia política.
O líder do DEM na Câmara, Efraim Filho (PB), contou que a decisão do Palácio do Planalto foi uma estratégia para transferir a pressão de categorias organizadas e mobilizadas, como professores e policiais, para as esferas regionais, de forma a obrigar governadores e prefeitos a encamparem a defesa da reforma previdenciária.
“Não foi recuo, foi estratégia política de deslocar os pontos de tensionamento para os Estados”, afirmou o deputado.
De acordo com o líder do governo, as sugestões de alteração ao projeto ficam prejudicadas porque tratavam das categorias do serviço público estadual e municipal, como professores e policiais.
Emendas
A liderança do governo estima que 17% das emendas tratam sobre professores e policiais civis, mas nem todas poderiam ser descartadas porque abrangem também servidores federais destas categorias.
A maioria das 164 emendas foi, inclusive, proposta por parlamentares da base de governo. Ribeiro admite que a mudança ajuda a quebrar parte das resistências dos deputados à reforma, uma vez que a decisão do governo trata de categorias com significativa representação no Congresso Nacional. Os parlamentares já sofrem a pressão do eleitorado.