Nesta quarta-feira, 4, à noite, 800 adolescentes e pré-adolescentes vão participar em São Paulo do YouTube Fanfest – evento disputado por uma geração que tem entre seus principais ídolos e influenciadores nomes como Christian Figueiredo, Malena Nunes e Felipe Castanhari. Todos têm mais de 4 milhões de seguidores no Youtube.

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A estrela, Kéfera Buchmann, que ficou famosa ao falar sobre seu cotidiano, ainda não confirmou presença. Até terça-feira, 4, ela estava em turnê pelo País para divulgar seu primeiro longa-metragem, que estreia nos cinemas nesta sexta-feira, 7. Por mês, Kéfera fatura R$ 300 mil só com o porcentual de publicidade comercializada pelo Google, dono do YouTube, e veiculada dentro de seus vídeos. Mas, segundo fontes próximas do staff da moça, essa é apenas uma fração de seus rendimentos, que envolvem publicidade, participação em eventos e, de agora em diante, contratos de licenciamento de produtos.

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“A Kéfera vai ser um fenômeno do licenciamento”, projeta Ana Maria Kasmanas dona da Kasmanas Licencing. Assim como outros empresários do ramo, Ana entrou no segmento para representar estúdios estrangeiros que até então não atuavam diretamente no Brasil, mas que hoje cuidam de todo o processo de gestão de suas marcas, um mercado que movimentou R$ 17 bilhões no ano passado segundo a Associação Brasileira de Licenciamento (Abral). Esse movimento de autonomia dos grandes estúdios foi fundamental para que as agências locais começassem a experimentar novas opções, como aconteceu com a Galinha Pintadinha (que no ano passado faturou R$ 300 milhões com o pagamento de royalties) e, agora, os youtubers.

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“Acho que ainda é cedo para projetar números para os youtubers, mas o interesse do mercado sugere que encontramos um grande negócio”, conta Fernanda Abreu, que dirige o recém-criado departamento de licenciamento da Endemol, hoje com 16 youtubers no casting. “A gama de produtos vai desde linhas de life style até livros, brinquedos e eventos”, diz Luiz Felipe Barros, da Digitalstars, uma agência criada em abril do ano passado exclusivamente para cuidar das novas personalidades que surgem no canal de vídeos pela internet do Google.

Lançamentos

Com um ciclo de venda, produção e comercialização de aproximadamente 1 ano, os primeiros produtos licenciados começaram a chegar ao mercado em julho. Foi quando a italiana Panini fechou com a Digitalstars para produzir um álbum de figurinhas com 16 dos youtubers da agência.

No mês passado, a fabricante média de cadernos Jandaia também apresentou uma coleção de capas com seis youtubers para o volta às aulas de 2017 e, no dia 18 de outubro, a Riachuelo começa a vender uma coleção assinada por Christian Figueiredo, que já ultrapassou a marca dos 6 milhões de inscritos em seu canal “Eu Fico Loko”. A rede também negocia com Kéfera. Aliás, tanto Kéfera quanto Christian Figueiredo devem inaugurar nas próximas semana uma loja virtual para a venda dos produtos.

A solução do e-commerce, aliás, já é bastante disseminada entre os youtuber, que inicialmente bancaram do bolso a confecção de algumas linhas, como roupas e acessórios, e agora começam a trocar o portfólio por produtos licenciados. “Na Loja Virtual tivemos uma experiência prévia em 2013/2014, quando morávamos em Curitiba”, conta Nilce Moretto, que toca com o marido Leon Oliveira Martins o canal Coisa de Nerd (com mais de 5 milhões de inscritos) e, agora, já tem cinco projetos fechados de licenciamento. “As áreas já engatilhadas são life style, não só roupas, também acessórios utensílios de casa.”

Em geral, os contratos envolvem pagamento de participação de venda. Em todos, há uma cláusula de valor mínimo garantido que parte de R$ 50 mil e pode chegar a R$ 300 mil, dependendo do alcance do youtuber (medido em número de seguidores e em tempo de vida do canal). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.