Liberação de produtos em aeroportos pode levar 1 semana

O tempo de espera para liberação de mercadorias nos aeroportos brasileiros é, em média, de 175 horas, o equivalente a mais de uma semana, segundo levantamento da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan). O cálculo, que expõe a perda de competitividade da indústria nacional, considera a estatística de eficiência de cinco aeroportos divulgada pela Infraero.

Entre eles, a pior média é do Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim, o Galeão, no Rio de Janeiro, onde o tempo médio de espera é de 217 horas e 30 minutos, 54,3 vezes mais do que nos aeroportos de Shangai e Cingapura. Em Guarulhos, as mercadorias ficam paradas por 177 horas e 24 minutos aguardando pela liberação; em Porto Alegre, são 176 horas e 42 minutos; e em Manaus, 105 horas e 56 minutos.

“Nos aeroportos, a situação é a mesma dos portos. Faz parte dessa agenda toda que compromete a competitividade da indústria. O Brasil não acordou para a realidade de como ser competitivo. O que vamos fazer é reclamar e reclamar, até que o governo acorde para a necessidade de mudanças. A presidente (Dilma Rousseff) lê jornais”, afirmou o presidente da Firjan, Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira.

A campanha iniciada pela federação é para que os órgãos públicos responsáveis pela liberação de mercadorias nos aeroportos brasileiros passem a atuar 24 horas por dia nos sete dias da semana, como ocorre nos grandes aeroportos internacionais. Além disso, reivindica a adoção de um guichê único, que receba toda documentação necessária à análise dos 26 órgãos e 16 ministérios envolvidos na liberação de mercadorias.

As cargas que circulam pelos aeroportos são de alto valor agregado, destacou o presidente da Firjan. Em 2012, o setor aéreo respondeu por apenas 0,2% do volume movimentado, cerca de 1,4 milhão de toneladas. Porém, correspondeu a 10,7% dos US$ 465,7 bilhões negociados internacionalmente pelo País, o equivalente a US$ 50 bilhões. O valor médio da carga aérea foi de US$ 36,9 mil por tonelada, enquanto em média, considerando todos os modais de transporte, o valor médio da carga é de US$ 677 por tonelada.

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