O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse nesta segunda-feira, 9, que priorizar os gastos públicos é cada vez mais importante e que é esse o contexto do ajuste fiscal promovido pelo governo federal. “Saber priorizar e medir o gasto público será cada vez mais importante, principalmente quando temos que equilibrar a demanda dos mais idosos com os das novas gerações” afirmou. “Nesse contexto que se insere muitos dos ajustes que o governo está fazendo, e também o desenvolvimento dos novos instrumentos para investimento”, completou. O ministro participou da abertura da 2ª Semana Nacional de Educação Financeira, organizada pelo Comitê Nacional de Educação Financeira (Conef), formado por ministérios, Banco Central e entidades como Susep e CVM.
Durante o evento, o ministro disse que são muitos os paralelos entre a educação para as finanças pessoais e das contas nacionais. “Não vou exagerar nos paralelos com a nossa vida nacional. São evidentes, e as consequências também”, ressaltou.
Levy lembrou que a previdência social é apenas um dos instrumentos de seguro que podem dar tranquilidade ao cidadão que poupa. Segundo ele, o Brasil tem uma indústria de seguros organizada, sofisticada e com lastro, que tem tido um crescimento bastante sustentável.
O ministro disse ainda que a educação financeira é importante para aumentar a poupança, e que esse é o “objetivo de todos nós”. “Olhando para os países, poupança é o que permite que eles cresçam”, completou.
Levy lembrou ainda que nesta terça-feira, 10, o Tesouro Nacional lança uma nova fase do programa Tesouro Direto, que permite o investimento de pessoas físicas em papéis da dívida pública. Entre as novidades, estão mudança no nome dos títulos e facilitações para o investidor. “Todos que já se graduaram no investimento através do Tesouro Direto sabem que é uma ferramenta flexível, confiável, e financiam inúmeras atividades da sociedade como um todo”, concluiu.
Políticas previdenciárias
Levy disse em tom de brincadeira, ao discursar na abertura do evento, que ele trabalha para promover a saúde financeira do País. “Um pouquinho do meu trabalho é promover essa saúde financeira e previdenciária do setor público do País”, afirmou.
O ministro falou sobre a importância de políticas previdenciárias eficientes para garantir a perenidade da aposentadoria. “Hoje, a população brasileira segue uma trajetória do envelhecimento, na medida em que a condição demográfica avança e se coloca o desafio de se honrar compromissos com aqueles que já contribuíram”, disse.
Levy considerou que a educação financeira é parte do processo de formação do cidadão consciente das decisões econômicas de governo. “A educação financeira é parte integral do processo de fortalecimento da cidadão e de uma cidadania de uma sociedade que vai se tornando mais inclusiva como a nossa”, observou.
O ministro disse que as decisões individuais de cada cidadão causam um “impacto conjunto” na sociedade. “Educação financeira transforma a visão do cidadão na discussão de políticas públicas”, considerou.
Banco Central
No mesmo evento, o presidente substituto do Banco Central, Anthero Meirelles, afirmou que a instituição considera a educação financeira como uma ferramenta importante para a “estabilidade e, por conseguinte, para a própria economia brasileira”.
Meirelles substitui o presidente do BC, Alexandre Tombini, que participa de reunião em Basileia, na Suíça. “Para nós, do Banco Central, educação financeira é um pilar fundamental para a própria inclusão financeira da sociedade”, disse.
Ele anunciou que o BC vai inaugurar um espaço interativo sobre o uso do dinheiro. A sala “Você já parou pra pensar?” será instalada no Museu de Valores do BC, em Brasília. O espaço vai oferecer um ambiente experimental voltado à melhor compreensão dos componentes emocionais implícitos nas decisões econômicas.