O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, usou o feijão preto para dizer que o Brasil tem passado por uma revolução verde nos últimos anos com o aumento da produtividade e da participação dos pequenos produtores. Em debate sobre a economia verde na África, o ministro disse que o país pode criar novas parcerias com países africanos nesse tema e deu como exemplo o aumento da importação de fosfato do Marrocos para a correção da acidez do solo.
“O Brasil tem passado por uma revolução verde. Isso cria enorme valor para os pequenos produtores. E isso é parte do sucesso. Hoje, grande parte dos feijões pretos é produzida por pequenos. Isso aumenta a receita no campo”, disse durante o debate do evento “The Atlantic Debates” realizado em um hotel em Marrakesh. “E isso aconteceu com aumento da qualidade”, disse Levy, ao comentar que o feijão que ele come hoje tem muito melhor qualidade que o consumido pela família do ministro quando mais jovem há três ou quatro décadas.
Além disso, o ministro citou que grandes produtores foram os responsáveis pelos volumes crescentes de exportação de grãos, como para a Ásia.
Levy ressaltou que é preciso pesquisa para ser competitivo na agricultura e que, com isso, é possível criar novas frentes para os negócios. O ministro deu como exemplo a acidez do solo da maioria do território brasileiro. “Diziam que não era apropriada para a agricultura. Era muito ácida. Para mudar o PH do solo, você precisa de produtos especiais como fosfato vindo do Marrocos. Isso aumentou o uso drasticamente”, disse o ministro. O fosfato é um dos grandes produtos de exportação do Marrocos.
Quando não está de terno e gravata, a botânica é um dos hobbies do ministro. No início do ano, quando aceitou o convite da presidente Dilma Rousseff para compor o governo, um dos trabalhos que foram colocados em segundo plano é um levantamento informal das árvores no Aterro do Flamengo, no Rio.
África. Em Marrakesh, o ministro defendeu que, com pesquisa, o Brasil pode trabalhar em conjunto com outros países. Levy deu como exemplo o trabalho para cultivo de cereais na savana de Moçambique. O trabalho tem sido feito em conjunto pelo Brasil, Japão e o governo local.
Diante dessa revolução verde citada, o ministro da Fazenda disse que o grande desafio é aumentar a produtividade e, ao mesmo tempo, caminhar na direção da sustentabilidade com a redução da emissão de carbono pelo setor agrícola.