O governador Jaime Lerner realiza às 15h desta segunda-feira (30) o último ato de sua administração. Ele assina mais cinco protocolos de intenção para novos investimentos industriais no Paraná e confirma a implantação da fábrica de motores Perkins do Brasil, que comprou as estruturas da Detroit Diesel e vai se instalar no mesmo local onde funcionava a empresa americana, na Cidade Industrial de Curitiba.
Juntas, a Perkins do Brasil, a Alltech do Brasil, a Metallo, a Basemetal, a Italflor e a VRI Indústria Eletrônica vão investir R$ 82 milhões e criarão 1.444 empregos diretos. O interior é o grande beneficiado. Londrina, Cambé, Ponta Grossa e Campo Mourão terão 1.327 novas vagas de emprego. Os demais 117 novos postos de trabalho ficarão em Araucária e Curitiba. Estes municípios receberão R$ 69,5 milhões em investimentos – 85% do total a ser anunciado.
Com mais estes empreendimentos chega a 271 o número de empresas que em oito anos firmaram protocolos com o governo para investimentos no Paraná. Elas se habilitaram a reaplicar os recursos do ICMS na própria atividade, por até 48 meses, recolhendo o imposto ao final deste período, com correção monetária.
Em oito anos, o ICMS postergado formou uma poupança de R$ 1 bilhão. Os recursos já começaram a entrar nos cofres públicos e garantirão receita adicional para ampliar a capacidade de investimento do Estado em atendimento à população.
No total, cerca de 600 empresas se instalaram no Paraná, entre 1995 e 2002. O volume de investimentos chega a R$ 30 bilhões. Foram gerados no Estado 700 mil empregos diretos e indiretos – a maior parte deles no interior.
Estratégia
Essa expansão industrial acelerada, estratégia adotada pelo governo para mudar o perfil econômico do Paraná, gerou empregos e modernizou o parque industrial do Estado. As novas plantas industriais introduziram novos produtos no mercado, levando a pauta de exportação paranaense a maior diversificação da sua história.
Todos os dados econômicos indicam que o Paraná passou por uma grande expansão qualitativa, com elevação da sua capacidade competitiva. A economia paranaense passou a posição de quarta mais competitiva do país. “Vivemos uma fase de economia pós-industrial”, afirma o secretário da Fazenda, Ingo Hübert.
De 1994 a 2001, o PIB do Paraná passou de R$ 59 bilhões para R$ 78 bilhões. O crescimento real foi de 32% -bem mais que a evolução do PIB brasileiro – que foi de 18%. O PIB per capita do Paraná subiu 29% – passando de R$ 6.743,00 para R$ 8.115,00.
O saldo na balança comercial do Paraná de janeiro a novembro deste ano chegou a US$ 2,2 bilhões, resultado quase seis vezes superior ao obtido em todo ano de 2001 – que foi de US$ 388 milhões. As vendas externas de janeiro a novembro garantiram ao Paraná divisas de US$ 5,3 bilhões – 7,8% a mais que no mesmo período do ano passado. As importações do Estado fecharam em US$ 3 bilhões.
Outro aspecto bastante positivo da industrialização acelerada é o estímulo ao crescimento dos serviços. A expansão industrial trouxe ao Estado empresas de segurança e transporte, de vendas e revenda, bancos, seguradoras, hotéis e restaurantes, de recrutamento, seleção e treinamento de recursos humanos, de empresas do setor financeiro e de empresas de logística, que prestam serviços de transporte e armazenagem para as indústrias. Houve crescimento no setor de serviços de informática, de consultoria nas mais diversas áreas.
O crescimento do setor de serviços agrega ainda mais valor à economia, porque exige conhecimento, preparo e qualificação de mão-de-obra, além da presença da uma infra-estrutura sólida e confiável.
Entre 1994 a 2001 a participação dos serviços na composição do Produto Interno Bruto (PIB) do Paraná passou de 42% para 45%, superando a participação do setor industrial (que passou de 46% para 42%). A participação do setor agropecuário na formação do PIB aumentou de 12% para 13%.