São Paulo
– A Tractebel Energia, geradora de energia do Sul do País, encontrou compradores para somente 32% dos 16.655 gigawatts-hora (GWh) que ofereceu ontem (19), em leilão público realizado na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).A geradora arrecadou cerca de R$ 400 milhões, em leilão que inaugurou a modalidade de venda da chamada “energia velha” (eletricidade produzida por usinas mais antigas, que estava compromissada entre geradores e distribuidores por meio de contratos inicias).
O presidente da Tractebel Energia, Manuel Zaroni Torres, disse que “pela quantidade vendida, o leilão proporcionou ensinamentos importantes e uma visão para o futuro”. Mostrou, por exemplo, que o mercado não está com excesso de demanda, segundo Torres.
Ele acrescentou que a Tractebel poderá realizar novos leilões ainda neste ano. Mas dará preferência a negociações diretas com os clientes, visando a fechar contratos bilaterais.
A Tractebel Energia veio ao pregão da Bovespa com uma oferta diversificada de produtos, visando atender a diferentes exigências de distribuidoras e comercializadoras de energia. A geradora ofertou seis lotes de energia, diferenciados em contratos de fornecimento de um ano de duração, de cinco anos e escalonado de três anos – com um sumprimento crescente de energia, começando com 1 megawatt (MW) no primeiro ano e terminando com 3 MW. A oferta também foi dividida para clientes do Sul e do Sudeste.
Inscritos
Inscreveram-se para concorrer aos lotes as distribuidoras Eletropaulo, RGE, CPFL, Copel, Celesc, Light e Cemig, além das comercializadoras Cien e Itambé. Mas somente a CPFL, a Light e a Celesc fizeram lances.
No primeiro lote, a empresa ofereceu para empresas do Sudeste 50 blocos de energia, com suprimentos escalonado por três anos, a um preço mínimo de R$ 75,50 por megawatt-hora. A CPFL Energia arrematou 46 blocos e a Light, os quatro restantes, ambas pelo preço mínimo.
No segundo lote, com as mesmas características, mas destinado a clientes do Sul, não apareceram compradores.
No terceiro lote, a empresa ofereceu 50 blocos de energia, cada um com 1 MW, a R$ 75 por MWh e contratos de cinco anos para o Sudeste. A Light adquiriu 38 blocos e a CPFL Energia quatro, também pelo valor mínimo.
O quarto lote diferiu do terceiro pela oferta de 100 blocos e a colocação da energia no Sul em contratos de cinco anos (1 MW médio). A Celesc foi a única compradora, arrematando 15 blocos pelo preço mínimo.
O quinto lote, de contratos de um ano (1 MW médio), também para o Sul, teve 100 blocos ofertados e apenas 25 arrematados pela Celesc, pelo valor mínimo de R$ 59 por MWh.
Não apareceram compradores para o sexto lote, com 150 blocos de 1 MW para o Sudeste e um preço mínimo de R$ 60 o MWh.