O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, disse nesta quinta-feira que o leilão da faixa de 700 MHz destinada aos serviços de telefonia móvel 4G pode acontecer “no fim de agosto ou até a primeira semana de setembro”. A previsão foi anunciada na manhã de hoje em palestra para empresas e investidores na capital britânica, onde Bernardo convidou empresas a investirem na infraestrutura brasileira de telecomunicações.
“Esta é uma frequência muito valiosa e há muita expectativa. O leilão deve ficar para o fim de agosto ou começo de setembro após a avaliação do edital pelo Tribunal de Contas da União (TCU)”, disse Bernardo aos investidores. Segundo o ministro, o edital está em análise no TCU desde a semana passada. O órgão tem 30 dias para avaliar o texto. “Se não houver parecer contrário nesse período, começa o segundo prazo de 30 dias para a realização do leilão”, disse.
Bernardo minimizou a preocupação sobre eventual atraso no calendário e a chance de o leilão ficar para depois das eleições presidenciais. “Teoricamente isso pode acontecer porque não podemos estabelecer um prazo para o TCU. Mas a tendência é que o leilão aconteça antes das eleições”, disse.
Aos investidores, Bernardo ressaltou a importância da faixa de 700 MHz para os serviços de telefonia móvel, especialmente internet, para áreas com população menos densa. O ministro lembrou que, ao contrário da competição existente nos grandes centros, localidades de menor porte no interior brasileiro têm baixa competição e por isso há um grande mercado a ser explorado.
O ministro também reconheceu que o Brasil precisa de novos investimentos na infraestrutura de telecomunicações. “No Brasil, muitos reclamam que aeroportos estão lotados, até parecem uma rodoviária e que precisam de investimento. Em telecomunicações, também precisamos de investimento para a infraestrutura”, disse, ao exibir gráficos que mostram aumento de mais de 500% no tráfego de dados por internet móvel nos últimos anos. Para a plateia de cerca de 100 pessoas, Bernardo exibiu dados macroeconômicos, como o controle da dívida líquida do setor público e da dívida bruta do governo brasileiro, como argumentos de que o Brasil “continua melhorando na macroeconomia”.