Brasília (AE) – O governo decidiu adiar, de 5 de setembro para 10 de outubro, a data do segundo leilão de energia nova programado para este ano, informou ontem o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim. Segundo ele, a decisão constará de portaria a ser publicada segunda-feira no Diário Oficial.
Em entrevista à imprensa por meio de teleconferência, Tolmasquim explicou que a decisão de adiar o leilão foi tomada para atender a pedidos de investidores, que solicitaram à EPE a ampliação do prazo para cadastramento de empreendimentos interessados em vender energia no leilão.
Segundo Tolmasquim, esse prazo já havia se esgotado no dia 23 de junho, mas será reaberto, e as empresas poderão solicitar o cadastramento e habilitação até o próximo dia 21 de julho. ?Apesar de já haver muitas usinas cadastradas, decidimos atender a solicitações dos agentes e reabrir inscrições?, disse Tolmasquim.
A portaria a ser publicada segunda-feira estabelecerá, também, um teto para o custo variável das usinas termelétricas que participarão do leilão: R$ 515,80 por megawatt/hora. O custo variável inclui, por exemplo, os gastos das usinas com combustível e mão-de-obra.
Tolmasquim disse que resolveu estabelecer esse teto porque algumas usinas estavam apresentando custos variáveis muito elevados. O valor a estabelecido pela EPE corresponde ao custo mais alto da energia comercializada hoje no mercado de curto prazo (spot), na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). ?Não queríamos comercializar energia no longo prazo com o mesmo preço do mercado spot?, afirmou Tolmasquim.
No leilão, as usinas termelétricas ou hidrelétricas fecharão contratos de fornecimento de energia a partir de 2011. Segundo o presidente da EPE, até o momento, 141 empreendimentos de geração se cadastraram. Somados, eles têm potência para gerar 12 mil megawatts.