O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, classificou como um “grande sucesso” o 7º Leilão de Energia de Reserva (LER) realizado nesta sexta-feira, 28. O certame terminou com a contratação de 30 novos projetos solares, com a energia contratada a um preço médio de R$ 301,79/MWh. O valor, em dólar, representa um novo recorde mundial, segundo Tolmasquim.
“O preço deste leilão provavelmente bateu um recorde mundial de menor preço, de US$ 85/MWh. Aconteceu algo que a gente não podia imaginar, tivemos um valor menor do que o primeiro leilão, que já havia sido baixo”, afirma o presidente da EPE, em coletiva de imprensa. O preço do leilão de reserva realizado no ano passado, quando foram contratadas energia solar e eólica, foi de US$ 88/MWh para a energia solar. “Achava que esse era o piso”, complementou.
O leilão de hoje contou com 87 rodadas, além de uma etapa discriminatória, e durou mais de sete horas. O leilão do ano passado durou oito horas. A disputa anima o governo. “Acreditamos que a energia solar terá o mesmo caminho virtuoso que teve a energia eólica”, afirmou Tolmasquim.
O leilão de hoje movimentou R$ 12,248 bilhões em energia a ser contratada nos próximos 20 anos e gerou uma economia de R$ 1,9 bilhão aos consumidores durante o período. O valor é calculado a partir do deságio de 13,5% entre o preço médio da energia contratada e o valor máximo estabelecido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
O resultado do leilão de hoje, explica Tolmasquim, contribui para que o Brasil cumpra a meta de dobrar a participação de fontes renováveis, fora a hídrica, na matriz brasileira até 2030. O resultado de outros leilões ainda poderá ser estimulado pela conclusão de novos projetos de transmissão.
Tolmasquim também destacou que o governo brasileiro pretende realizar leilões solares anualmente, mas não necessariamente a situação de 2015 será repetida. Serão realizados, neste ano, dois leilões que poderão contratar energia solar. A periodicidade de leilões deve contribuir para atrair novos investidores ao Brasil, sejam eles fabricantes de equipamentos, sejam eles investidores em novos projetos de geração. A meta traçada pela EPE para o leilão de hoje e alcançada seria a contratação de aproximadamente 1.000 MW.
Para os próximos leilões, o presidente da EPE prometeu alinhar o preço teto às variáveis que impactam o custo dos projetos, incluindo o câmbio e as condições de financiamento.
Empresas
A lista das empresas que contrataram energia no 7º Leilão de Energia de Reserva (LER) é composta pela italiana Enel e pela parceria entre a brasileira Renova e a norte-americana SunEdison, entre outros geradores não identificados. A Enel aparece como responsável por 14 projetos, divididos em quatro complexos nos Estados da Bahia e do Piauí. A SunEdison Renova tem dois projetos, em um único complexo, na Bahia. A Renova informou que comercializou no certame 15,0 MW médios, correspondente a 59,67 MW de capacidade instalada de energia solar. Os responsáveis pelos demais projetos ainda foram identificados.