Lei de sanções dos EUA ao Irã inclui menção ao etanol

A lei de sanções contra o Irã, aprovada pelo Congresso americano quinta-feira, inclui pela primeira vez restrições à venda de etanol a Teerã, em um claro recado para o governo brasileiro. Enterrada no meio do texto do projeto de lei de 41 páginas, que deve ser assinada pelo presidente Barack Obama nos próximos dias, há uma ordem explícita para que o governo americano monitore as exportações de etanol para o Irã.

Segundo o texto, o presidente americano fica obrigado a entregar um relatório para o Congresso 90 dias após a publicação da lei de sanções, sobre os investimentos no setor de energia do Irã, que incluam “uma estimativa do volume de recursos energéticos, incluindo etanol, que o Irã importou durante o período”, além de uma “lista de todos os projetos, investimentos e parcerias fora do Irã que envolvam entidades iranianas em parceria com entidades de outros países, incluindo identificação das entidades dos outros países.” Isso vai valer para qualquer negócio feito a partir de janeiro de 2006.

Durante deliberações que levaram à provação do projeto de lei no Legislativo, o deputado democrata Eliot Engel, líder da Subcomissão de Hemisfério Ocidental da Câmara dos Representantes, deixou claro que o texto tinha endereço certo.

“Quero manifestar meu apoio à seção 110 da lei, que exige um relatório sobre exportações de energia para o Irã; os EUA e o Brasil são os maiores produtores de etanol do mundo e fiquei feliz de ouvir dos produtores brasileiros que eles não têm planos de fornecer etanol para o Irã”, disse Engel. “É por isso que a lei é importante, precisamos continuar monitorando essa área, já que exportações de etanol podem enfraquecer as sanções contra o setor de energia do Irã.”

Segundo uma fonte do Congresso, o estabelecimento do relatório é o primeiro passo para uma emenda que pode incluir o etanol na lista dos produtos cuja venda para o Irã estará proibida.

Desta forma, se a Petrobras resolvesse revender etanol brasileiro para os iranianos, poderia ser alvo de retaliação de Washington. Procurada pelo Estado, a estatal brasileira, por intermédio de sua assessoria, assegurou não ter planos imediatos de negociar o produto com o Irã. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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