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LCA: Melhora externa e piora da atividade interna devem acelerar corte da Selic

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) tem condições de acelerar o ritmo de queda da taxa Selic de 0,25 ponto porcentual para 0,50 ponto a partir da reunião deste mês, de acordo com a LCA Consultores. De um lado, sinais de consolidação do econômico mundial e, de outro, o frustrante desempenho recente da atividade doméstica dão espaço para o BC aumentar a velocidade de recuo dos juros, conforme relatório da consultoria. Atualmente, a taxa Selic está em 14,00% ao ano.

Além dos ventos externos favoráveis e da piora da economia interna, a LCA acrescenta o fiscal como elemento a favor do aumento da velocidade do recuo da Selic. Segundo a instituição, a PEC do teto de gastos, já aprovada na Câmara dos Deputados, deve ser aprovada em primeiro turno no plenário do Senado antes da próxima reunião do Copom. “Acreditamos que essa janela de oportunidade para reduzir de maneira mais rápida a natureza contracionista de nossa política monetária deverá ser aproveitada pelo Banco Central nos próximos meses”, estima.

Na avaliação dos economistas da instituição, sinais de que a atividade global vem ganhando tração neste quarto trimestre têm sido recebidos com alento pelos mercados, mitigando os efeitos da persistência de focos de risco. “As sondagens econômicas nas principais economias mundiais – inclusive na China – retornaram a terreno francamente expansionista na virada de setembro para outubro, afastando o receio de esfriamento global”, menciona.

Para a consultoria, evidências de refluxo de pressões desinflacionárias globais têm instigado as principais autoridades mundiais a rever suas sinalizações prospectivas para a condução de suas políticas monetárias. Segundo a LCA, a perspectiva de reversão de estímulos monetários nas principais economias mundiais tem tido repercussão modesta sobre os mercados de ativos e moedas emergentes.

“O ambiente externo continua, portanto, a favorecer de um quadro doméstico de acomodação do câmbio e desaceleração da inflação (corrente e projetada), abrindo espaço para a flexibilização de nossa política monetária”, avalia a nota.

Riscos

Contudo, os economistas da LCA ponderam que a percepção de risco político voltou a recrudescer em diversas praças. Segundo a consultoria, a incerteza eleitoral se ampliou nas últimas semanas após o FBI anunciar que voltará a investigar e-mails da candidata democrata Hillary Clinton. A notícia, ressalta, deu novo gás para a campanha oposicionista de Donald Trump, que apareceu à frente de Hillary em pesquisas recentes de intenção de votos.

Na Europa, a consultoria cita que o evento político a oferecer risco mais imediato é o referendo constitucional italiano – que visa redefinir o papel do Senado -, a ser realizado em 4 de dezembro. “Os mercados globais vêm confiando numa acomodação desses riscos políticos. A chance de serem surpreendidos não é desprezível, mas parece limitada – sobretudo no que diz respeito ao desfecho das eleições norte-americanas”.

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