Mais um ex-aluno da Universidade de Chicago, templo do pensamento liberal, deverá fazer parte da equipe econômica do governo Bolsonaro. É o economista Carlos Geraldo Langoni, ex-presidente do Banco Central e diretor do Centro de Economia Mundial (CEM), ligado à Fundação Getúlio Vargas (FGV) do Rio, o primeiro brasileiro a obter o Ph.D. em economia em Chicago, em 1970. Langoni, que se autodenomina, em tom de gozação, de “Chicago grandfather”, aceitou o convite do futuro ministro da Economia Paulo Guedes, também ex-aluno da escola americana, para participar da elaboração e da implementação de uma agenda para abertura econômica do País.
Segundo apurou o Estado, a forma como a colaboração será formalizada ainda não está definida, mas o mais provável é que ele atue como “assessor estratégico” de Guedes e não por meio de um cargo oficial. Sua maior missão será ajudar a modernizar a Câmara de Comércio Exterior (Camex), antes vinculada ao ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic), agora incorporado pelo ministério da Economia, e a “mudar a cultura” do setor no Brasil, historicamente ancorada no protecionismo.
Responsável pela definição das diretrizes de comércio exterior, fixação das alíquotas de importação e negociação de acordos multilaterais e bilaterais, a Camex acabou se tornando nos últimos governos, de acordo com analistas de mercado, um órgão “burocrático e obsoleto”.
Pânico. De acordo com integrantes da equipe de transição, Langoni tem procurado tranquilizar os empresários, dizendo que não há “motivo para pânico” com a abertura econômica a ser efetuada pelo novo governo. Ele pretende propor uma agenda gradual, que seja previsível e tenha “prazo de validade”, sem se estender por anos a fio. A abertura deverá incluir não apenas a liberalização do comércio externo do País, mas também os investimentos e a transferência de tecnologia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.