A breve duração do leilão dos aeroportos surpreendeu. A expectativa era que o leilão de Guarulhos (SP), Campinas (SP) e Brasília, realizado hoje na sede da BM&F Bovespa, em São Paulo, durasse cerca de cinco horas. Mas o leiloeiro oficial decretou o final da disputa menos de duas horas e meia após seu início.

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O lance do consórcio formado pela Invepar e a operadora aeroportuária sul-africana ACSA, de mais de R$ 16 bilhões pelo aeroporto de Guarulhos, dado já na leitura dos envelopes, acabou influenciando o desenrolar de toda a disputa. A proposta do segundo colocado em Guarulhos era cerca de 20% inferior e na etapa viva-voz não foram feitos novos lances. Os lances bilionários pelo aeroporto de Guarulhos provocaram reação na plateia, especialmente quando foi lida a proposta de R$ 16,213 bilhões da Invepar, que de fato se sagrou a maior de todo o leilão.

Também chamou a atenção o fato de que o aeroporto de Brasília, que tinha a menor outorga estabelecida pelo governo, no valor de R$ 582 milhões, ao final ter sido arrematado por um valor superior ao do aeroporto de Campinas. Acreditava-se no mercado que a disputa por Campinas, aeroporto que o governo entende ter potencial para ser o maior da América Latina, fosse ser bem mais acirrada. Na etapa viva-voz, a exemplo de Guarulhos, Campinas não recebeu novos lances.

Apenas o aeroporto de Brasília recebeu lances na disputa viva-voz. Após oito ofertas, a brasileira Engevix, em parceria com a argentina Corporación América, venceu a disputa. As duas empresas formaram o consórcio vencedor do leilão do aeroporto de São Gonçalo do Amarante, no Rio Grande do Norte, realizado no ano passado.

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Na porta da BM&F Bovespa, trabalhadores ligados a sindicatos realizaram um protesto contra a privatização dos aeroportos, ao ritmo de marchinhas de carnaval. Mas os sindicalistas só chegaram ao local após o início do leilão.