Subiu para R$ 108,4 bilhões o volume de lançamentos por oferta pública registrados na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o que corresponde a um aumento de 31,07% em relação aos primeiros nove meses de 2006. Em setembro, foram registrados R$ 4,3 bilhões, com a liderança dos Fundos de Investimentos em Participações (FIPs), que captaram R$ 2,291 bilhões.
As ofertas de ações continuaram lentas no mês passado, após registrarem recorde de R$ 15 bilhões em julho. Em setembro, houve apenas um registro, da empresa Satipel, fabricante de aglomerados de madeira utilizados na indústria moveleira, que captou R$ 458 milhões através de colocação primária (R$ 272,8 milhões) e secundária (R$ 184,8 milhões). As ofertas de ações devem voltar a crescer este mês, já que há 42 pedidos protocolados na CVM para lançamentos no mercado primário e secundário.
Com os registros de setembro, os lançamentos de FIPs já somam R$ 16,023 bilhões este ano, com aumento de 555% em relação a igual período do ano passado. Esse volume só fica abaixo dos lançamentos de ações e de debêntures. Na avaliação de técnicos do setor, os FIPs oferecem várias vantagens aos administradores, já que permitem a montagem de estratégias tanto para empresas fechadas (não negociadas em bolsas) e até para papéis de renda fixa.
Os lançamentos de ações nos mercados primário e secundário, por sua vez, já somam R$ 40,7 bilhões este ano, quase o dobro (aumento de 95%) em relação ao contabilizado em igual período do ano passado. As ofertas de debêntures totalizaram R$ 29,388 bilhões até o mês passado, com um único lançamento em setembro, no valor de R$ 380 milhões, da Zain Participações. A CEEE, estatal gaúcha do setor de energia elétrica, captou R$ 50 milhões através da colocação de notas promissórias, elevando o total acumulado no ano para esse tipo de papel para R$ 8,25 bilhões, com aumento de 125% sobre o registrado em igual período do ano passado.
As ofertas públicas de Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios (FIDCs) somaram R$ 604,7 milhões em setembro, elevando o acumulado no ano para R$ 6,761 bilhões. Esse volume está 5,11% abaixo do observado nos nove primeiros meses de 2006, conforme os dados da CVM, compilados pela Agência Estado.
Entre os instrumentos utilizados para investimentos no mercado imobiliário, a preferência tem sido para os certificados de recebíveis imobiliários (CRIs), com lançamentos de mais R$ 85,5 milhões em setembro, elevando o acumulado no ano para R$ 755,5 milhões, com queda de 3,26% sobre o registrado nos nove primeiros meses de 2006. As ofertas públicas de fundos imobiliários (FIs) somaram R$ 82,3 milhões no mês passado, com o acumulado no ano subindo para R$ 388 milhões. Nos nove primeiros meses de 2006, esses fundos haviam captado apenas R$ 1 milhão através desse tipo de fundos.
Os certificados de audiovisuais somaram R$ 7,038 milhões em setembro, elevando o acumulado no ano para R$ 91,678 milhões, com queda de 42% sobre igual período de 2006. As atividades no setor foram afetadas pela greve de quase três meses dos funcionários do Ministério da Cultura, que aprovam os projetos culturais que recebem incentivo fiscal.