O Brasil não tem restrições para financiar infraestrutura do ponto de vista fontes de recursos, disse nesta terça-feira, 14,para uma plateia de empresários o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Dyogo Oliveira, durante o 6º Fórum Lide de Infraestrutura Logística & Mobilidade. “Não só o BNDES tem recursos suficientes, como os projetos têm a capacidade de gerar fluxo de caixa e principalmente o mercado financeiro, porque o mercado de capitais no Brasil está se desenvolvendo”, disse Dyogo.

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De acordo com ele, o mercado tem oferecido alternativas de financiamento tanto em equity quanto em dívida. Ele voltou a falar que o BNDES lançou uma política de fomento à criação e lançamento de emissões no mercado de capitais de debêntures e de fundos de investimentos. “Isso já tem levantado uma série de propostas, mostrando um dinamismo muito grande”, disse Dyogo.

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Segundo o presidente do BNDES, já pode ser vista uma série de projetos de linhas de transmissão e eólica sendo financiados completamente sem a necessidade de recursos do BNDES. “O lançamento de debêntures de infraestrutura neste ano já ultrapassou R$ 10 bilhões. No ano passado todo foram mais de R$ 9 bilhões, quase R$ 10 bilhões”, disse, acrescentando que o prazo médio destas emissões já está ultrapassando 11 anos.

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O problema, de acordo com o Dyogo, é que esse movimento que se vê no mercado de capitais está ainda concentrado em poucos setores, principalmente energia, com regulação mais consolidada.

Para enfrentar esse problema, disse Dyogo, o BNDES acabou de criar uma área de estruturação de projetos. “A maior preocupação hoje é de que, em virtude de mudanças no mercado, de saída de grandes players que promoviam grandes projetos de infraestrutura no Brasil, venhamos a ter em breve um gap de projetos”, disse.

Ainda segundo Dyogo, a concepção vigente hoje no BNDES é somar seus recursos aos da iniciativa privada. O presidente do banco de fomento também chamou a atenção para a necessidade de mecanismo de solução de conflitos na área de infraestrutura, em especial na área de saneamento. “Precisamos de uma vez por todas organizar o marco regulatório do saneamento. Não dá para ter uma regulação com competência municipal, empresas estaduais e funding federal. Precisamos definitivamente planificar isso. Se precisar de uma Emenda Constitucional, que se faça, mas é preciso planificar isso”, disse Dyogo. Para ele, é por isso que se tem que conviver com índices deploráveis de cobertura de saneamento no Brasil.