O governador em exercício Orlando Pessuti lançou ontem, em Londrina, a campanha “Anti Deriva de Agrotóxicos”. A deriva ocorre quando o agrotóxico pulverizado escapa da área na qual deveria ser aplicado, contaminando uma área vizinha ou um curso d?água. “Nós pretendemos capacitar o agricultor para que a deriva não atinja lavouras que não precisam de agrotóxicos e não cause prejuízos à saúde de animais e do homem”, explicou Pessuti.
O controle da deriva ocorre através de cuidados simples do aplicador. Durante o lançamento, técnicos da Seab demonstraram que a troca do bico do pulverizador por um modelo que evite a vaporização do jato do defensivo e a regulagem da pressão do maquinário já produz efeitos consideráveis. O agricultor também deve evitar os dias sem vento, quando não ocorre a troca de ar entre camadas verticais próximo ao solo e observar se o vento não está soprando a favor da cultura vizinha.
A campanha será desenvolvida pelos núcleos regionais da Secretaria da Agricultura e suas empresas vinculadas em parceria com o Instituto Ambiental do Paraná (Iap), Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia e Associação Norte Paranaense de Revendedores de Agrotóxicos (Anpara). “Queremos um dia produzir sem o agrotóxico, mas enquanto isso não é possível o Paraná será um exemplo no controle da sua utilização”, afirmou o secretário do Meio Ambiente, Luís Eduardo Cheida.
O secretário ressaltou que o Estado é o primeiro no ranking de recolhimento de embalagens de defensivos agrícolas. “O Paraná saiu do 11.º lugar em janeiro de 2003 para ser o primeiro neste ano. De cada 10 unidades de agrotóxicos vendidas, cerca de 8 são recolhidas”, salientou.
Segundo o presidente da Anpara, Irineu Zambaldi, a campanha pode fazer com que o recolhimento e o controle na aplicação faça do Estado referência nacional. “Temos bons resultados, mas temos que buscar a excelência neste controle, porque o Estado é referência na produção de grãos”, afirmou. Os primeiros prejuízos causados pela deriva começaram a ser registrados na década de 70, com a expansão das culturas de grãos no Estado, notadamente soja, milho e trigo.
Segunda fase começa amanhã
O governador em exercício Orlando Pessuti e o secretário de Agricultura, Newton Pohl Ribas, lançam oficialmente amanhã a segunda etapa da campanha de vacinação contra febre aftosa no Paraná, que será realizada de 1.º a 20 de novembro. Será às 10h, na propriedade rural Leiteria Campinense, em Campina Grande do Sul.
Todo o rebanho de bovinos e bubalinos deve ser vacinado, inclusive recém-nascidos e fêmeas prenhes. Além dos prejuízos imediatos, como a morte do rebanho, a doença tem ainda como conseqüência a paralisação das vendas para os mercados interno e externo.
A primeira etapa da campanha de vacinação contra a febre aftosa de 2004, realizada entre 1.º a 30 de maio, atingiu 98,40% do rebanho paranaense. O Paraná está há nove anos sem ocorrência da febre aftosa. A última registrada foi em maio de 1995.
