O fato de o risco Brasil nos últimos dias estar próximo do da Nigéria levou o ministro das Relações Exteriores, Celso Lafer, a criticar hoje (9) as agências de classificação de risco. Lafer disse que ?agência de risco que coloca o Brasil em nível próximo ao da Nigéria não está levando em consideração dados objetivos, com todo o respeito que se tenha com a Nigéria?.
De acordo com Lafer, uma análise de risco que compara Brasil e Nigéria ?não é uma avaliação ponderada e racional, como deveria ser uma avaliação desse tipo.
O ministro, que participou do seminário ?Brasil 2003 a 2006?, disse não saber quando os Estados Unidos julgarão o pedido brasileiro de ser excluído das salvaguardas em relação ao aço. No seminário, Lafer observou que o protecionismo afeta o clima das negociações no plano econômico e que há risco de que seja afetado ?todo o esforço multilateral? das conferências da Organização Mundial do Comércio (OMC) em Doha e de cooperação financeira em Monterrey.
Segundo Lafer, ?há um déficit de governança que coloca em questão todo o bom funcionamento do mundo?. Ele lamentou que os Estados Unidos, a única superpotência atualmente, ?não se dispõem com clareza a buscar gerir os desafios com os demais países, sem os quais não é possível lidar com essa complexidade (do mundo atual)?.
Lafer avaliou que ?a existência de uma situação-limite se coloca hoje com mais clareza e perigo que no início da década de 90?. Ele lembrou que há um potencial de risco ?muito efetivo na Ásia e no Oriente Médio, com desdobramentos muito difíceis e muito preocupantes?. Ele recordou ainda que Índia e Paquistão, envolvidos em uma disputa pela região da Caxemira, têm armas nucleares.