A rede de medicina diagnóstica Dasa (Diagnósticos da América), que pertence à família Bueno, ex-dona da Amil (agora controlada pela americana United Health), anunciou ontem a compra do laboratório de exames paulista SalomãoZoppi Diagnósticos (SZD), fundado pelos médicos Luís Vitor Salomão e Paulo Sérgio Zoppi nos anos 1980. O valor do negócio é avaliado em R$ 600 milhões.

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As conversas entre as duas companhias ganharam força no mês passado, apurou o Estado com fontes próximas às negociações. A ideia inicial dos controladores do SZD era atrair um fundo para comprar até 30% do negócio. Entre 2015 e o ano passado, o laboratório paulista, que fatura cerca de R$ 270 milhões por ano, conversou com vários fundos de investimento. “Os planos eram atrair um investidor financeiro para levar a companhia à Bolsa em 2018”, afirmou uma fonte a par do assunto. Mas não foram só os fundos que começaram a assediar o SDZ. Além da Dasa, outros concorrentes, como Fleury e Hermes Pardini, também triam avaliado o ativo.

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Concentrado em São Paulo, o SZD tem atualmente 11 unidades laboratoriais na capital paulista e Grande São Paulo e era considerado um dos ativos mais atraentes por ser referência na classe médica pela sua qualidade, uma vez que faz dupla checagem de exames. “A aquisição desse ativo é importante para a Dasa, pois o SalomãoZoppi é referência em exames femininos”, disse outra fonte familiarizada com o negócio.

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Herdeiro

As negociações para a compra do ativo foram conduzidas diretamente por Pedro Godoy Bueno, filho do empresário bilionário Edson Bueno, que vendeu a Amil para a United Health, por R$ 10 bilhões, em 2012. Egresso do mercado financeiro, Pedro trabalhou no Credit Suisse e no BTG Pactual antes de assumir a presidência da Dasa, aos 24 anos, em 2015. Maior laboratório de diagnóstico do País, com faturamento de R$ 3,175 bilhões em 2015, a Dasa está presente em 13 Estados do País e no Distrito Federal, com mais de 500 unidades. Com cerca de 30 bandeiras, entre elas a Delboni e Lavoisier (em São Paulo), Sérgio Franco e CPDI (no Rio de Janeiro), a rede deverá manter a marca SalomãoZoppi, apurou o Estado.

A transação ainda depende da aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). O escritório de advocacia Mattos Filho assessorou o SalomãoZoppi e o Lefosse, a família Bueno.

Desde 2014, a família Bueno tornou-se controlador e maior acionista da Dasa, ao comprar ações da companhia no mercado. A empresa deixou de negociar seus papéis no Novo Mercado da BM&FBovespa em 2015. A expectativa do mercado é que a Dasa feche seu capital. Consolidação. O mercado de medicina diagnóstica tem sido alvo de consolidação e de forte interesse de capital estrangeiro. Um dos maiores laboratórios do País, o paulista Fleury, teve uma parcela de seu negócio vendida para o fundo americano Advent. Antes da entrada do fundo, o Fleury e o mineiro Hermes Pardini, que tem o fundo Gávea como um dos principais acionistas, ensaiaram uma fusão, mas a negociação não foi adiante.

No fim do ano passado, o laboratório Alliar, do Pátria Investimentos, foi a única empresa a ir à Bolsa em 2016. Agora será a vez do Hermes Pardini, que deverá abrir o capital no início de fevereiro (leia mais na página B7).

“O setor de saúde como um todo é um dos que mais atraem investidores”, disse uma fonte de mercado. Além dos laboratórios de diagnósticos, são alvos de aquisições operadoras plano de saúde, hospitais e indústrias farmacêuticas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.