O presidente do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês), Haruhiko Kuroda, mostrou-se otimista em relação à economia japonesa em 2017, ao dizer que o país dará um “grande passo à frente” na iniciativa de escapar da tendência de deflação.
Em discurso à maior federação empresarial do Japão, a Keidanren, Kuroda também afirmou hoje que a economia mundial está “entrando numa nova fase”, após passar anos lidando com os efeitos da crise financeira global iniciada em 2008.
Os comentários de Kuroda vieram após sinais de crescente otimismo entre formuladores de políticas de Tóquio. Tanto o BoJ quanto o governo fizeram comentários mais favoráveis da economia na semana passada, em meio a ganhos nas exportações e produção. A forte reversão da tendência de alta do iene, causada por expectativas de que o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, será mais agressivo na concessão de estímulos fiscais, foi particularmente comemorada.
Este foi um ano “difícil” para os negócios e para o banco central japonês, notou Kuroda. “Felizmente, o vento desfavorável começa a soprar a favor.”
Kuroda citou a forte desvalorização das ações na China, no início do ano, e o plebiscito que votou pela saída do Reino Unido da União Europeia, em junho, entre fatores que contribuíram para o forte aumento temporário no valor do iene.
Sobre a política adotada pelo BoJ em setembro para controlar os rendimentos de bônus do governo japonês (JGBs), Kuroda disse que o instrumento “gerou os efeitos desejados”. Ele ressaltou ainda que o juro do JGB de 10 anos tem se mantido em torno de zero, minimizando a alta para 0,1% vista em meados deste mês.
O BoJ tem o objetivo de manter o rendimento do JGB de 10 anos próximo de zero e impõe uma taxa de depósitos de -0,1%, como parte de amplos esforços para atingir uma meta de inflação de 2%.
Para Kuroda, a nova política pode “fortalecer ainda mais os efeitos do vento favorável que impulsiona a economia e os preços”.
Kuroda não falou sobre a possibilidade de o BoJ ampliar o relaxamento de sua política monetária, mas defendeu a necessidade de as empresas elevarem os salários de seus funcionários para estimular o consumo, antes de negociações salariais previstas entre sindicatos e empregadores. Fonte: Dow Jones Newswires.