O presidente do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês), Haruhiko Kuroda, disse nesta quinta-feira que a atual política monetária é suficiente para o BC japonês impulsionar a inflação para sua meta de 2%.
Kuroda, no entanto, reiterou que não hesitará em relaxar ainda mais as condições monetárias se julgar necessário.
“Eu acredito que a atual estrutura (da política monetária) é suficiente para atingir a meta de 2%”, afirmou Kuroda em coletiva de imprensa que se seguiu à decisão do BoJ, por 8 votos a 1, de manter a meta do rendimento dos bônus de 10 anos em torno de zero e a taxa de depósitos em -0,1%.
Os comentários de Kuroda vieram depois de o novo membro do conselho monetário do BoJ, Goushi Kataoka, votar contra a manutenção das metas para taxas de juros, com o argumento de que são insuficientes para que a instituição cumpra o objetivo de atingir inflação de 2% até março de 2020.
Kuroda não deu mais detalhes sobre o voto dissidente de Kataoka, mas ressaltou que “é bom ter discussões vigorosas” em reuniões de política monetária.
Sobre possíveis efeitos do aperto na política do Federal Reserve (Fed, o BC americano), Kuroda disse que aumentos de juros nos EUA não significam que o Japão também precise elevá-los, uma vez que decisões desta natureza são baseadas nas condições econômicas e inflacionárias específicas de cada país.
Ontem, o Fed decidiu manter seus juros inalterados, mas sinalizou um possível novo aumento ainda este ano e anunciou o início da redução de seu gigantesco balanço patrimonial, composto por trilhões de dólares em Treasuries e títulos hipotecários.
Kuroda notou ainda que, apesar de temores causados pela série de testes de mísseis e nuclear realizados pela Coreia do Norte, os mercados financeiros “parecem calmos” e não houve “impacto perceptível” na economia japonesa. Fonte: Dow Jones Newswires.