A auditoria KPMG se recusou a aprovar as contas semestrais do Banco Espírito Santo (BES), diante das incertezas referentes ao processo de resgate da instituição, segundo um comunicado divulgado na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), de Portugal.

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O plano para salvar o banco, que acumulou prejuízo de 3,488 bilhões de euros no segundo trimestre de 2014, consiste na criação do Novo Banco, no qual serão detidos ativos saudáveis, enquanto um “banco ruim” ficará com produtos tóxicos. A KPMG ressaltou, porém, que “não são conhecidos os critérios e bases de avaliação dos mesmos para efeito de sua transferência para o Novo Banco S.A”.

De acordo com a empresa de auditoria, as demonstrações financeiras do banco não refletem os ajustes ou divulgações que seriam necessários como resultado do resgate, anunciado em 3 de agosto, “nem o seu efeito na limitação à capacidade do BES de manter a continuidade da sua atividade”.

A KPMG também ressalta os problemas relacionados à unidade do banco em Angola. Em julho, o Banco Nacional de Angola informou o Banco Espírito Santo Angola (BESA) da necessidade de uma injeção de capital de, pelo menos, 2,705 bilhões de euros.

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Em agosto, o Banco Nacional de Angola também adotou medidas extraordinárias de saneamento do Banco Espírito Santo Angola. “A esta data não nos é possível quantificar os efeitos das medidas extraordinárias de saneamento do Banco Espírito Santo Angola”, disse a KPMG.

A auditoria também informou que ainda não recebeu a carta de representações assinada pelo conselho de administração do BES, no qual teria de ser reconhecida a responsabilidade pela informação financeira publicada.

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“A ausência de confirmação pelo Conselho de Administração do BES de informações relevantes com respeito às demonstração referentes a 30 de junho de 2014 constitui uma significativa limitação de âmbito ao nosso trabalho”, afirmou.