O presidente da Argentina, Néstor Kirchner, criticou os organismos internacionais de crédito por contribuírem com o grande endividamento argentino e pediu ajuda internacional para pagar a dívida do país. “Nos responsabilizamos como país por ter adotado políticas alheias, por ter chegado a tal ponto de endividamento”, disse Kirchner, ontem, durante discurso à Assembléia Geral das Nações Unidas.
“Mas queremos que esses organismos internacionais que, ao imporem essas políticas, contribuíram, alentaram e favoreceram o crescimento dessa dívida também assumam a sua cota de responsabilidade”, enfatizou.
Kirchner adotou, com êxito, uma postura firme nas negociações com o FMI (Fundo Monetário Internacional), estratégia que culminou com o fechamento de um acordo de três anos no início deste mês.
Entretanto, o país ainda terá um árduo caminho nas negociações com os credores privados de bônus do país, que detêm US$ 94 bilhões da dívida em default.
O presidente acrescentou que quando um país chega ao grau de endividamento em que está a Argentina, é óbvio que a responsabilidade é dividida entre devedores e credores, por isso é necessário que a comunidade internacional saia em ajuda dos países que estão nesta situação.
“Sem uma concreta ajuda internacional que encaminhe a reconstrução da solvência econômica dos países endividados e com ela sua capacidade pagadora e medidas que promovam o desenvolvimento sustentável (…) o pagamento da dívida se torna uma fantasia.”