Foto: Arquivo/O Estado |
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Sem vislumbrar uma solução, balcões da empresa estão ficando cada vez mais vazios. |
A Justiça do Rio remarcou ontem a data do novo leilão judicial da Varig, do dia 18 para o dia 19. A mudança foi necessária para que eventuais competidores da VarigLog, única candidata até agora, tenham tempo de depositar o sinal obrigatório de US$ 24 milhões para participar da concorrência. Como só havia um dia de diferença entre o leilão e a assembléia de credores da Varig, marcada para o dia 17, havia o temor de que outros potenciais investidores não pudessem concorrer por falta de tempo para fazer o depósito. A aprovação pelos credores é pré-requisito para a realização do leilão.
A Varig apresentará hoje a seus credores modificações no plano de recuperação judicial da companhia. As principais mudanças são em prazos de pagamentos e garantias para quitação de dívidas. Estes quesitos terão de ser adaptados ao fluxo de caixa da Varig, previsto na proposta de compra da ex-subsidiária de logística e transporte de cargas. As adaptações passarão por votação em assembléia na segunda-feira, quando os credores também devem avaliar a oferta da ex-subsidiária, de cerca de US$ 500 milhões.
?São várias mudanças que serão acrescentadas, como formas e prazos de pagamento (de débitos). Estamos trazendo o projeto para dentro de uma nova realidade?, afirmou o reestruturador da Varig, Marcelo Gomes. As modificações terão de ser submetidas à nova assembléia porque o plano original de recuperação judicial da empresa já foi aprovado pelos credores, no dia 9 de maio. De acordo com uma fonte que acompanha as negociações, as ações judiciais que a Varig move contra o governo por perdas financeiras decorrentes do congelamento de tarifas entre os anos 80 e 90, que totalizam em torno de R$ 4,5 bilhões, serão oferecidas como garantia aos credores. O crédito de R$ 1,3 bilhão que a companhia tem a receber de estados brasileiros também será usado para sensibilizar os credores a aprovar a proposta da VarigLog.
A presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Graziella Baggio, teve ontem reunião com Lap Chan, representante do fundo americano de investimentos Matlin Patterson, acionista da Volo do Brasil, que comprou a VarigLog em dezembro do ano passado por US$ 48,2 milhões. Segundo ela, Chan disse que os pagamentos das dívidas trabalhistas são de responsabilidade da Varig.
Graziella afirmou que os trabalhadores não abrirão mão do prazo de 12 meses, conforme previsto na Lei de Recuperação Judicial, para receber seus créditos. Só de dívidas inscritas na recuperação judicial são R$ 215 milhões. Segundo a sindicalista, Chan disse que a VarigLog se compromete a recontratar 2.500 funcionários (ao todo são 10.000) para manter inicialmente uma frota de 20 aviões. Caso a proposta da ex-subsidiária seja homologada, em até 180 dias o objetivo é ter em torno de 80 aviões, com a contratação dos demais 7.500 empregados que podem ser dispensados.
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