São Paulo (AG) – A Vasp tem novo interventor. O engenheiro Mauri Mendes, que tinha sido indicado pela Justiça do Trabalho para comandar a intervenção na empresa renunciou na última segunda-feira. Ontem, o juiz Homero Batista Mateus da Silva, titular da 14.º Vara do Trabalho de São Paulo, e que determinou a intervenção, nomeou para o lugar o procurador do Trabalho aposentado João Pedro Ferraz dos Passos.

continua após a publicidade

O engenheiro argumentou que 30 dias, prazo determinado pela Justiça, eram insuficientes para desenvolvimento de um trabalho que pudesse servir de sustentação.

A Advocacia Geral da União (AGU) ingressou com habeas corpus para evitar que o diretor-geral do Departamento de Aviação Civil (DAC) seja responsabilizado por não ter cumprido a decisão da Justiça do Trabalho de indicar um interventor. Em sua argumentação, os advogados da União consideraram que a Justiça do Trabalho não pode determinar intervenção numa empresa, apenas a Justiça Federal. Se o argumento for aceito pelo juiz Marcelo Freire Gonçalves, da Seção Especializada em Dissídios Individuais do Tribunal, a decisão abrirá caminho para o fim da intervenção na Vasp.

Varig – protesto

Os funcionários da Varig estão marcando um protesto para amanhã em Porto Alegre (RS). A data escolhida cai no aniversário da primeira reunião de constituição da companhia aérea – foi em 1.º de abril de 1927. ?Vamos insistir no pedido de intervenção na Varig. A situação patrimonial da companhia aérea justifica uma medida dessa?, disse o representante da Associação dos Pilotos da Varig, Márcio Marsillac.

continua após a publicidade

Segundo ele, os funcionários da companhia aérea vão reivindicar que o Ministério Público tome alguma medida em relação à empresa.

?A Procuradoria de Fundações pode vir a tomar alguma medida para ajudar a salvar a Varig. A Fundação Rubem Berta – controladora da companhia aérea – está se omitindo?, afirmou Marsillac.

Plano de recuperação

continua após a publicidade

O Sindicato Nacional dos Aeronautas defende a adoção de um plano emergencial de recuperação das empresas em dificuldades, como Varig e Vasp.

O plano dá três anos de carência para pagamento das dívidas, que seriam parceladas em até 15 anos. ?Cada caso seria analisado individualmente. Esse não é um plano só para a Varig ou só para a Vasp. É um plano para o setor?, disse Graziella Baggio, presidente do sindicato.