Brasília (AE e redação) – A Justiça do Rio de Janeiro deve decidir hoje se aceita ou não a proposta feita pelo TGV (Trabalhadores do Grupo Varig) no leilão realizado na última quinta-feira. Enquanto isso não acontece, a empresa ganha mais uma sobrevida. O juiz Robert Drain, da Corte de Falências de Nova York, decidiu ontem prorrogar a liminar que protege os aviões da Varig de arresto (apreensão) até o dia 21 de junho, informou a assessoria de imprensa da empresa aérea.
Advogados da Varig informaram ao juiz americano que a empresa recebeu uma segunda oferta de compra, no valor de US$ 450 milhões, praticamente o mesmo proposto pelo TGV (Trabalhadores do Grupo Varig) no leilão realizado na semana passada. O montante, no entanto, seria pago em dinheiro e o comprador, ainda não identificado, estaria pronto para fazer o depósito de US$ 75 milhões necessário para garantir a continuidade das operações da empresa – conforme estabelecido no edital do leilão.
A proposta contempla as condições impostas pelo juiz Luiz Roberto Ayoub, que cuida do caso Varig no Brasil, para que o TGV comprasse a empresa aérea.
Na segunda-feira o juiz disse que só aceitará a proposta caso o grupo de funcionários consiga enquadrá-la no edital do leilão. Os funcionários ofereceram pagar R$ 500 milhões do R$ 1,01 bilhão da proposta em debêntures (títulos de dívida privada) e lucros futuros, mas o edital só previa pagamentos em dinheiro ou créditos a receber da Varig.
O magistrado também deu até o meio-dia de hoje para que o TGV mostre que possui mesmo R$ 225 milhões em créditos a receber da Varig e R$ 285 milhões em dinheiro para concretizar o pagamento. Caso a proposta do TGV seja recusada, o juiz poderá receber novas ofertas, o que incluiria essa de US$ 450 milhões em dinheiro.
A crise na Varig se acentuou desde sábado passado, depois do leilão. A empresa tem cancelado ao menos 16 vôos por dia devido à ?necessidade de manutenção de alguns aviões?.
Milhagens
Os passageiros que acumularam milhagens da Varig têm direito de exercer o uso desses pontos acumulados, segundo orienta a Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-SP), órgão vinculado à Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania do Estado de São Paulo.