A eleição marcada para o próximo dia 14 para escolha da nova diretoria da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), foi suspensa pela Justiça do Trabalho de Brasília. O Juiz do Trabalho, Ricardo Machado Lourenço Filho, atendeu a um pedido da Federação da Agricultura do Paraná (FAEP), que apontou uma série de irregularidades e vícios no processo eleitoral da CNA. Entre elas o fato de que o presidente em exercício da entidade, o baiano João Martins da Silva Júnior coordenou o processo eleitoral, apesar de ser candidato, além de favorecimentos irregulares à chapa única que concorreria, liderada pela senadora Kátia Abreu, que tenta sua reeleição.
Anteriormente a FAEP havia pedido na Justiça do Trabalho a anulação da Assembleia Geral de Prestação de Contas da CNA, de 24 de abril de 2013, porque a então presidente da entidade, senadora Kátia Abreu, não comprovou e até hoje não comprova, despesas no valor de 31,2 milhões. Além disso, há dúvidas sobre gastos da CNA num convênio com o Sebrae, no valor de R$ 42,9 milhões, dos quais apenas R$ 754.121,78 tiveram comprovantes apresentados. Em manobras internas administrativas a senadora obteve na Assembleia da CNA maioria para aprovar as contas sob suspeita.
Em seguida a FAEP apontou, também na Justiça do Trabalho, as irregularidades no processo de eleição da nova diretoria, mas teve negada suas alegações por ausência de comprovação. A própria CNA apresentou a documentação exigida pelo Juiz Ricardo Machado Lourenço Filho , o que acabou provocando a reconsideração de sua própria decisão no último dia 9 (quinta-feira).
Diante do prazo, a eleição marcada para a próxima terça-feira (14/10) terá de ser remarcada, porque a Justiça do Trabalho colocará frente a frente, dia 21 próximo, a FAEP e a CNA para ouvir suas alegações e decidir se a chapa da senadora Kátia Abreu tem condições de gerir a entidade maior do agronegócio brasileiro.