As taxas de juros nas operações de crédito subiram pela quarta vez no ano em agosto, atingindo o maior patamar desde novembro do ano passado, informou a Associação Nacional de Executivos de Finanças Administração e Contabilidade (Anefac), nesta quinta-feira, 12. O coordenador de estudos econômicos da Anefac, Miguel Ribeiro de Oliveira, atribuiu a nova alta à elevação na taxa de juros básica, a Selic, que passou de 8,5% para 9% ao ano na última reunião do Comitê de Política Econômica (Copom), em agosto.
A taxa de juros média geral para pessoa física subiu 0,03 ponto porcentual, passando de 5,48% ao mês em julho para 5,51% em agosto, totalizando 89,69% ao ano. Das seis linhas pesquisadas pela Anefac, apenas a taxa do cartão manteve-se estável, em 9,37% ao mês. As outras cinco tiveram elevação: juros do comércio (de 4,10% para 4,11%), cheque especial (7,77% para 7,81%), CDC-Bancos-financiamento de automóveis (1,58% para 1,61%), empréstimo pessoal-bancos (3,08% para 3,10%) e empréstimo pessoal-financeiras (6,99% para 7,03%).
No mesmo sentido, a taxa de juros média geral da pessoa jurídica também registrou elevação de 0,03 ponto porcentual, passando de 3,13% ao mês em julho para 3,16% em agosto, totalizando 45,26% ao ano. Todas as três linhas de crédito pesquisadas mostraram elevação em agosto. Capital de giro passou de 1,52% para 1,54%; desconto de duplicata de 2,23% para 2,24% e conta garantida de 5,65% para 5,69%.
Ao traçar uma perspectiva para os próximos meses, Oliveira avaliou que, tendo em vista a pressão inflacionária atual, acima do centro da meta de 4,5% ao ano – em agosto, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), índice oficial de inflação, bateu 6,09% na medição dos últimos 12 meses -, uma nova alta na taxa de juros Selic é esperada para a próxima reunião do Copom, em outubro. Com isso, na avaliação do economista, as taxas das operações de crédito devem ser novamente elevadas nos próximos meses.