Brasília
– Convidado a falar ontem na Comissão de Relações Exteriores e Segurança Nacional da Câmara sobre Alca, o vice-presidente da República, José Alencar, não perdeu a oportunidade de voltar a pedir taxas de juros menores. Alencar iniciou sua exposição afirmando ter prometido a sua mulher que não falaria sobre juros, mas não resistiu e disse que faria comentários rápidos a respeito. O vice-presidente disse que, enquanto as atividades produtivas não puderem remunerar os custos de capital em condições mais vantajosas, não haverá investimento consistente no País.“A queda de juros é que vai gerar a retomada dos investimentos mais consistentes. Temos que denunciar isso. A taxa de juros está ainda muito alta no Brasil. Se a gente comparar com outros países, os juros reais deveriam ser de 3%, mas chega a ser dez vezes maior que a de outros países. Se pagarem 3% de juros reais, é claro que os investimentos ficarão no Brasil. A balança comercial deve fechar o ano com US$ 24 bilhões graças à agricultura, que hoje já tem juros diferenciados”.
Sobre a Alca, Alencar disse que o Brasil tem potencial muito grande com a agricultura, bons índices e condições excepcionais de crescer no setor de turismo. O importante na Alca, segundo ele, é ter condições iguais de crescimento. “Mas você não tem isso porque hoje o PIB dos EUA é de US$ 10,4 trilhões, 81% do PIB de todos os outros países juntos”.