Os juros futuros andaram a reboque do câmbio nesta quinta-feira de noticiário e agenda de indicadores fracos. As taxas estiveram em queda até o meio da tarde, quando então o movimento perdeu força com a virada do dólar para o terreno positivo. As curtas ainda fecharam para baixo e as demais, com viés de alta. Nada mudou com relação às perspectivas para a decisão do Copom na próxima semana, com o mercado posicionado para um novo corte de 0,50 ponto porcentual da Selic. A agenda do dia tinha como destaque a retomada do julgamento da prisão em segunda instância, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), mas o tema segue sendo apenas monitorado pelo mercado, sem maiores influências sobre os ativos.

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A quinta-feira, que teve leilão de títulos prefixados, foi de volume robusto de contratos negociados na B3, acima da média dos últimos 30 dias. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021 fechou em 4,460%, de 4,497% quarta no ajuste, e a do DI para janeiro de 2023 terminou na máxima de 5,48%, de 5,460%. A taxa do DI para janeiro de 2025 também encerrou na máxima, a 6,15%, de 6,131% no ajuste.

O dólar em queda exerceu uma influência benigna sobre os juros na maior parte do dia, ao reforçar um cenário prospectivo de inflação favorável, o que abre espaço para novas quedas da Selic e, ao fim do ciclo, para manutenção da taxa básica no piso histórico num horizonte prolongado. A moeda chegou a furar os R$ 4 pela manhã, mas passou a exibir leve alta no meio da tarde, após os níveis muito baixos terem atraído compras da moeda. No fechamento, era cotada em R$ 4,0446 (+0,29%).

Rogério Braga, diretor de Gestão de Renda Fixa e Multimercados da Quantitas Asset, afirma que o otimismo com as reformas e com a entrada de recursos externos via leilão da cessão onerosa ajudou a puxar o dólar para baixo e “o dólar calmo dá tração para os juros”. “O mercado já está começando a ver influxos nos ETFs, por exemplo. As manchetes da Previdência no exterior colocam o Brasil em evidência e as reformas dão sustentação à ideia de que a Selic pode se manter baixa por muito tempo”, disse.

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Na curva de juros, desde a divulgação do IPCA-15 as apostas ficaram ajustadas em torno do corte de 0,50 ponto da Selic em outubro, e agora as de queda de 0,75 ponto são apenas residuais. Para dezembro, a curva precifica mais 40 pontos de corte e outros 25 pontos no começo de 2020. Assim, a taxa chegaria perto de 4,25% no encerramento do processo de afrouxamento. Na pesquisa do Projeções Broadcast com 48 economistas, é unânime a expectativa de que o Copom reduzirá a Selic para 5,00% este mês. Nesta tarde, o banco BTG Pactual informou que revisou de 4,5% para 4% a projeção para a Selic no fim do ciclo do ajuste monetário em curso.