O clima ruim dos mercados financeiros nos Estados Unidos prejudicou as taxas futuras de juros no Brasil, que fecharam em alta. A influência externa impediu os investidores de aumentarem suas apostas em um novo corte da Selic pelo Comitê de Política Monetária, ao fim de sua reunião amanhã.
A queda das bolsas de valores no exterior provocou correção nos preços nos mercados brasileiros, inclusive o de juros. Todas os contratos de depósito interfinanceiro (DI) negociados na Bolsa de Mercadorias & Futuros terminaram o dia com elevação nas taxas. O DI com vencimento em janeiro de 2010 fechou com taxa de 11,27% ao ano, contra taxa de 11,22% ao ano projetada no encerramento dos negócios ontem.
A taxa do DI com vencimento em janeiro de 2008, onde o mercado concentra as apostas para os próximos passos do Copom, ficou em 11,05%, ante 11,04% ontem. Por isso, é possível dizer que a aposta na estabilidade da Selic cresceu um pouco hoje. A Selic está atualmente em 11,25% ao ano.
A alta do preço do petróleo, que voltou a bater recorde (o barril superou os US$ 88 pela primeira em Nova York), é um dos motivos para o nervosismo no exterior. Também pesa sobre os negócios lá fora o relatório do Tesouro dos EUA, mostrando que a compra líquida por estrangeiros de ativos norte-americanos de longo prazo em agosto foi negativa em US$ 69,3 bilhões. Por volta das 16 horas (de Brasília), o índice Dow Jones, da bolsa nova-iorquina, cedia 0,50%. A Bovespa recuava 1,28%.