O mercado de juros começou a semana sem tração, com predomínio de movimentos laterais nas taxas nesta segunda-feira, com viés de alta em alguns momentos determinado pela pressão do câmbio. Após passarem a manhã com avanço moderado nos trechos intermediário e longo, os juros percorreram a tarde rondando os ajustes e marcando as mínimas, principalmente na última hora de negócios, quando o dólar perdeu força. A agenda esvaziada de indicadores e o compasso de espera pelos eventos da semana foram os argumentos a justificar a postura mais comedida dos investidores. Nem os desdobramentos da crise do PSL nem as tensões sociais vistas no Chile desde o fim de semana chegaram a influenciar diretamente as taxas, mas são eventos que estão no radar.

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A taxa do DI para janeiro de 2021 fechou na mínima de 4,440%, de 4,447% no ajuste de sexta-feira, e a do DI para janeiro de 2023 também terminou na mínima, de 5,42%, ante 5,43% no ajuste anterior. A taxa do DI para janeiro de 2025 fechou em 6,11%, de 6,121% no ajuste de sexta-feira.

“Não tivemos notícia de maior relevância no campo econômico nem agenda aqui ou lá fora. O mercado segue esperando a questão do Brexit e monitora as conversas entre China e EUA, e tem ainda o compasso de espera pela Previdência e IPCA-15 nesta terça. Tudo isso acaba inibindo a movimentação das taxas”, resumiu o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno. Ele explicou que o viés de alta nos DIs longos veio da pressão do dólar em função da questão do Chile, que contaminou as moedas emergentes. “Mas como o Focus trouxe novas revisões para baixo na inflação e Selic, a ponta curta ficou ancorada”, disse.

A mediana para o IPCA deste ano passou de 3,28% para 3,26% e para 2020, de 3,73% para 3,66%, enquanto a expectativa de Selic para o fim de 2019 agora é de 4,50%, ante 4,75% na semana passada. Para 2020, a expectativa é de 4,75%, numa dinâmica em que, pelas projeções da Focus, a Selic fecharia 2019 em 4,50%, permaneceria neste patamar até dezembro de 2020, quando então passaria por elevação de 0,25 ponto porcentual.

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Quanto ao Chile, por enquanto, não há efeito direto sobre as taxas futuras, mas possíveis impactos sobre a atividade estão sendo monitorados. Os protestos se agravaram nos últimos dias e já provocaram 11 mortes.

As taxas podem recuperar o fôlego de queda nesta terça-feira, já pela manhã, com o IPCA-15. A mediana das estimativas na pesquisa Projeções Broadcast é de 0,03% e, se confirmada, será o piso histórico para meses de outubro. Em 12 meses, a mediana é de 2,66%, afundando ante o acumulado até setembro de 3,22%, e aquém do piso da meta de inflação de 2,75%. “Dependendo de como vier, pode interferir nas apostas para a Selic e dar força à previsão de corte de 0,75 ponto em outubro”, disse Rostagno.

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