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Miguel Oliveira: juro para pessoa física caiu 2,94 pontos no ano. continua após a publicidade |
As taxas de juros das operações de crédito apresentaram em setembro comportamentos distintos, segundo levantamento realizado pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). Nas operações de crédito para pessoa física, das seis linhas de crédito pesquisadas, três apresentaram aumento de suas respectivas taxas de juros (juros do comércio, cheque especial e empréstimo pessoal-financeiras) e a outra metade manteve-se estável (cartão de crédito, CDC – bancos financiamento de automóveis e empréstimo pessoal – bancos).
A taxa média geral para pessoa física apresentou uma elevação de 0,02 ponto percentual no mês (alta de 0,27%), passando de 7,48% ao mês (137,65% ao ano) em agosto para 7,50% ao mês (138,18% ao ano) em setembro.
Já nas operações de crédito para pessoa jurídica, das quatro linhas de crédito pesquisadas, uma apresentou redução de sua taxa de juros média (desconto de duplicatas), uma ficou estável (capital de giro) e duas apresentaram elevação (desconto de cheques e conta garantida). A taxa de juros média geral para pessoa jurídica permaneceu estável em 4,28% ao mês (65,35% ao ano) em setembro, mesma taxa de juros de agosto.
O coordenador da pesquisa da Anefac, o economista Miguel José Ribeiro de Oliveira, destaca que a redução da taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual no ano, em agosto, por si só deveria ter provocado uma redução das taxas de juros das operações de crédito, tanto para pessoa física como para pessoa jurídica.
Ele lembra que, desde o início da redução da taxa Selic pelo Banco Central, a mesma apresentou uma redução de 6% ao ano. Entretanto, neste período, a taxa média de juros para pessoa física apresentou uma redução de 2,94 pontos percentuais (de 141,12% ao ano em setembro/2005 para 138,18% ao ano em setembro/2006).
Na pessoa jurídica, a taxa média apresentou uma redução de 2,88 pontos percentuais (de 68,23% ao ano em setembro/2005 para 65,35% ao ano em setembro/2006).
?O não-repasse da redução da Selic, bem como as elevações das taxas de juros podem ser atribuídos a dois fatores: à maior demanda por crédito por consumidores e empresas, onde o volume de crédito vem crescendo mês a mês e atinge no ano um crescimento de 13% e em 12 meses de 21%; e ao aumento da inadimplência, que voltou a crescer no último mês, atingindo na pessoa jurídica 2,5% do total de empréstimos, alta de 0,1 ponto percentual no mês, 0,5 ponto percentual no ano e de 0,6 ponto percentual em 12 meses?, explica o especialista.