O juro médio cobrado do consumidor nas diversas modalidades de crédito operadas pelo mercado devem passar de 8,39% para 8,6% ao mês, o equivalente a 169,13% por ano, por causa do aumento para 25% do da taxa básica da economia, anunciado ontem pelo Comitê de Política Monetária (veja na página 24). O cálculo é da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).
Segundo o vice-presidente da entidade, Miguel Ribeiro de Oliveira, nem todos os bancos deverão aumentar suas taxas, já que há muita gordura a ser queimada. Além disso, acrescenta, algumas modalidades já têm juros muito altos, como cheque especial e cartão de crédito.
Com o repasse do aumento promovido hoje pelo Copom, a Anefac estima que o juro do comércio vai passar de 6,65% para 6,86% ao mês (121,71% ao ano). No crédito direto ao consumidor oferecido pelos bancos, a expectativa é que a taxa suba de 4,71% para 4,92% ao mês (77,95% ao ano). O juro do empréstimo pessoal deve passar de 5,60% para 5,89% ao mês.
O juro médio do cheque especial, segundo a Anefac, deve subir de 9,97% para 10,18% ao mês (220,06%), embora nem todos os bancos devam elevar suas taxas. No caso dos cartões de crédito, a taxa pode passar de 10,47% para 10,68% ao mês (121,71% ao ano). Para os empréstimos pessoais concedidos por financeiras, a previsão é que a taxa mensal chegue a 13,08% ao ano (337,15%), contra os atuais 12,87%.
Oliveira simulou o impacto da alta de juro num crediário de loja. Uma geladeira que custa à vista R$ 800, pode ser paga hoje em 12 parcelas de R$ 98,85, com preço total de R$ 1.186,20. Com a alta do juro e a taxa mensal do comércio subindo para 6,86%, o valor das prestações subiria para R$ 99,97 e o preço total chegaria a R$ 1.199,64.