Juros caem e consumidor volta a se endividar

Os consumidores aproveitaram os juros menores, voltaram a se endividar e foram responsáveis por um aumento no volume de crédito concedido pelas instituições financeiras do país. De acordo com o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, as taxas de juros cobradas pelos bancos para pessoas físicas registrou sensível diminuição, passando de 65,4% em janeiro para 64,2% ao ano em fevereiro.

Ele explicou que, desta vez, a redução não está relacionada à taxa básica de juros da economia brasileira (Selic) – que ficou estável em 16,5% ao ano em janeiro e fevereiro -mas à redução dos spreads (ganho bruto de bancos com empréstimos) de 50 pontos percentuais para 48,6 pontos percentuais.

A queda da margem de ganho dos bancos foi influenciada pelos empréstimos com desconto em folha de pagamento, que começaram a deslanchar em fevereiro. Ao optarem por essa modalidade de empréstimos, as pessoas físicas deixam de pagar juros bastante altos do cheque especial, por exemplo, para contraírem dívidas com taxas bem mais atraentes.

Lideraram as contratações de empréstimos com desconto em folha os servidores públicos, que nas últimas semanas fecharam convênios com a Caixa Econômica Federal e com o Banco do Brasil para terem acesso a essa modalidade de crédito.

Altamir, no entanto, disse não possuir os volumes dos empréstimos com desconto em folha contratados. Afirmou, porém, que o volume de crédito pessoal (onde estão incluídos os números dos empréstimos com desconto em folha) cresceu 3,9% em fevereiro, enquanto o volume total de crédito a pessoas físicas subiu apenas 2,1%.

Ele também lembrou que em dezembro e janeiro as pessoas físicas haviam utilizado o 13.º salário para pagar dívidas antigas, evitando tomar novos empréstimos.

Já no mês passado houve uma reversão desse movimento. Os bancos emprestaram uma média de R$ 1,427 bilhão por dia útil a pessoas físicas, o que representa um crescimento de 8,2% em relação a janeiro. O número é também superior à média de dezembro, mês tradicionalmente forte em consumo e vendas a crédito e que registrou empréstimos de R$ 1,369 bilhão por dia útil.

No total, o volume de crédito do sistema financeiro nacional subiu 0,7%, para R$ 412,1 bilhões. Em comparação ao PIB (Produto Interno Bruto), entretanto, o volume caiu de 25,7% para 25,6% entre janeiro e fevereiro.

Cheque especial

Os juros do cheque especial registraram queda pelo décimo mês consecutivo. A redução, entretanto, foi pequena, de 143,5% para 142,9% ao ano.

A modalidade de crédito para pessoa física com queda mais representativa foi o crédito pessoal, cujos juros anuais caíram de 79,1% para 76,6%.

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