As taxas de juros cobradas pelos bancos apresentaram a primeira queda deste ano em junho, mesmo com a manutenção da taxa básica, a Selic, em 19,75% ao ano. O juro médio caiu de 49,4% para 49%. A taxa média cobrada da pessoa física recuou de 65,7% ao ano para 64,7% ao ano e para as empresas, passou de 33,7% para 33,4% ao ano. Os dados são do Banco Central.

continua após a publicidade

No caso das pessoas físicas, o destaque ficou por conta do custo do crédito para a aquisição de bens, que recuou 3,7 pontos percentuais, para 54,1% ao ano em junho – a menor da série, iniciada em 2000. Esse recuo, segundo o BC, ocorreu devido aos acordos feitos entre as redes de varejos e instituições financeiras.

Nos últimos meses, alguns bancos compraram a carteira de crédito de redes de lojas. Anteontem, por exemplo, o Bradesco fechou uma parceria com a Leader Magazine, do Rio.

Como a taxa praticada nessas redes costuma ser menor do que a cobrada pelas instituições financeiras, essas aquisições levaram a uma queda nos juros médios dos bancos. No entanto, segundo Altamir Lopes, chefe do Departamento Econômico do BC, ainda é cedo para saber se a queda das taxas de juros é uma tendência.

continua após a publicidade

Nas operações de crédito para aquisição de veículos, a queda foi um pouco menor, de 40,4% para 39,5% ao ano.

Já a taxa de juros cobrada no crédito consignado passou de 77,2% para 76,2% ao ano. Dentro dessa modalidade está o crédito consignado – desconto em folha -, que ficou estável em 37,2%.

continua após a publicidade

A única elevação ocorreu na taxa cobrada pelo uso do cheque especial, que passou de 147,6% para 148% ao ano. Essa taxa é a maior desde setembro de 2003 (152% ao ano).

Assim como as taxas de juros, houve recuo no ?spread?? – diferença entre o custo de captação dos bancos e a taxa efetiva cobrada dos clientes -, que passou de 30 pontos percentuais para 29,8 pontos percentuais. O ?spread? é maior nas operações para pessoas físicas, 46,3 pontos percentuais em junho, contra 46,8 pontos no mês anterior. Para as empresas, ele recuou 0,2 ponto percentual e ficou em 13,6 pontos.

Inadimplência

Houve queda na inadimplência em junho. A taxa média passou de 7,7% para 7,3%. Para as empresas, a taxa de inadimplência passou de 3,5% em maio para 3,4% no mês passado. Já para as pessoas físicas, caiu de 12,9% para 12,2%.

No mês passado, houve uma expansão de 1,4% no crédito concedido no sistema financeiro – recursos livres e direcionados, como empréstimo habitacional -, o que fez o volume total chegar a R$ 525,6 bilhões.

Em relação ao PIB (Produto Interno Bruto), essa quantia manteve-se em 27,6%. Essa relação é a maior já registrada pelo BC desde maio de 2001. Em junho do ano passado, era de 25,4%.