São Paulo
– A distância entre os juros básicos fixados pelo governo e as taxas cobradas do consumidor nas operações de empréstimos cobradas por bancos e financeiras continua muito elevada, e há poucas perspectivas de que a diferença diminua no curto prazo.A taxa básica, também conhecida como Selic (iniciais de Sistema Especial de Liquidação e Custódia), está atualmente em 26,5% ao ano. A taxa média no cheque especial chega a 204% ao ano e a do cartão de crédito, a 234%, segundo a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).
Nesse quadro, quem depende de dinheiro emprestado de bancos acaba sofrendo para pagar os juros, como mostra a experiência do empresário Paulo Monto Borba, sócio da Blister, uma empresa que atua na área de embalagens. Hoje, a dívida total da Blister, incluindo cheque especial, linhas para capital de giro, desconto de duplicata e leasing, é de R$ 400 mil. O faturamento mensal da empresa oscila entre R$ 120 mil e R$ 130 mil. Segundo Borba, há cerca de dois anos a dívida era de R$ 200 mil, e o faturamento, de R$ 100 mil.