O dia começa um pouco tenso no exterior, diante da preocupação com o setor imobiliário nos EUA. E, aqui, o contágio é direto. Os juros futuros iniciaram o pregão de contratos interfinanceiros (DIs) na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) em leve alta, acompanhando a cautela que pressiona os índices futuros das Bolsas em Wall Street.
Às 10 horas, na BM&F, o DI com vencimento em janeiro de 2009 projetava taxa de 11,29% ao ano, de 11,28% ontem; e DI de janeiro de 2010 tinha taxa de 11,45% ao ano, de 11,41% ontem.
No exterior, o mercado opera na expectativa da divulgação dos dados de vendas de imóveis usados nos EUA e do índice de confiança do consumidor de setembro, do Conference Board, que mostrará se o ímpeto de consumo dos norte-americanos foi ou não abalado pela crise imobiliária e seus efeitos no crédito. Os dois dados saem às 11 horas de Brasília.
A euforia do mercado de juros já havia sido interrompida ontem, por causa da elevação da projeção do mercado para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2008, de 4% para 4,10%, na pesquisa Focus divulgada pelo Banco Central. Até então, o mercado conseguia relevar as elevações nas estimativas de inflação captadas pela sondagem do BC, porque as expectativas para 2008 mantinham-se inalteradas. Ontem, no entanto, veio a confirmação de que o cenário de 2008 – o foco das decisões de política monetária daqui para a frente – começa a ser comprometido pela pressão da inflação corrente, o que incomodou os investidores.