Os investidores em juro no Brasil aproveitam para embolsar os lucros acumulados, acompanhando a realização de lucros que ocorre no exterior e que tem como principal argumento a queda da bolsa da China. A apreensão com a possibilidade de anúncio de novas medidas para esfriar a temerária euforia das bolsas locais levou o Xangai Composto a um recuo de 8,3% hoje, a maior baixa em um dia desde a queda de 8,8% de 27 de fevereiro. Em reação, os índices futuros das bolsas norte-americanas caem.

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No mercado doméstico, o dólar sobe. Operadores dizem que, além da pressão do movimento de realização externa, pesa sobre os negócios o fato de a moeda ter caído demais e, agora, atrair compras. De todo modo, o ajuste nos demais mercados influencia os juros futuros que, na semana do Comitê de Política Monetária (Copom) começou em alta. Às 10h09, o contrato de depósito interfinanceiro (DI) mais negociado, com vencimento em janeiro de 2009 tinha taxa de 10,54% ao ano, ante 10,50% na sexta-feira. O DI para janeiro de 2010 projetava taxa a 10,25% ao ano (10,21% na sexta) na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F).

A correção de hoje não altera o otimismo do mercado em relação ao rumo da política monetária. E, na opinião de operadores, deve dar lugar em algum momento à corrida de última hora do mercado por apostas para a decisão do Copom, que acontece na quarta-feira. O mercado trabalha, majoritariamente, com a idéia de que haverá uma redução de 0,5 ponto porcentual na Selic, atualmente em 12,50% ao ano.

Mas há uma corrente que ainda consegue influenciar os preços posicionada a favor da manutenção do ritmo atual de alívio monetário. O principal argumento dos que mantêm essa aposta é a declaração do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, de que não é preciso ter pressa para reduzir os juros, mesmo com o dólar e a inflação em queda. De todo modo, a disputa promete esquentar e elevar os volumes de negócios com DI nos próximos dias.

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