O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial de inflação usado pelo Banco Central para o regime de metas, de maio, não ajudou muito o mercado de juros, que já amanheceu pressionado pelo cenário externo. A alta dos juros dos títulos (treasuries, em inglês) do Tesouro dos Estados Unidos permanece motivando muitos investidores a embolsar os lucros acumulados. E o IPCA só reforçou esse movimento. O indicador mostrou alta de 0 28%, acima das estimativas. Embora a taxa anualizada ainda esteja dentro da meta, o número mais salgado não cai bem em um momento em que o mercado já está menos vendedor.

continua após a publicidade

A preocupação com o efeito do aquecimento da economia dos EUA – que provocou a alta dos juros dos treasuries nos últimos dias – desencadeou um movimento de zeragem de posição, primeiro de investidores estrangeiros, depois dos locais. Esse ajuste ainda é considerado puramente técnico pelos profissionais, sem que isso signifique uma mudança no cenário positivo para a política monetária brasileira. De todo modo, o movimento acabou por reduzir de forma significativa a projeção da curva de juros para a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) desta quarta. O contrato mais curto, com vencimento em julho de 2007, agora mostra chances iguais de um corte de 0,25 ponto e de 0,5 ponto.

Apesar dessa mudança, operadores ouvidos pela Agência Estado ainda consideram como provável a opção pela aceleração do ritmo de alívio monetário. "O Banco Central não pode se deixar influenciar pelo humor externo, porque esse ajuste não significa uma mudança nos fundamentos locais", defende um operador. "A alta dos juros dos Treasuries não é determinante para uma decisão do Copom, que tem bons motivos para acelerar a redução de juros", afirma outro profissional.

Às 10h31, o contrato de depósito interfinanceiro (DI) na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), mais negociado, com vencimento em janeiro de 2010 tinha taxa a 10,44% ao ano, ante 10,39% de terça. O DI para janeiro de 2009 estava em 10,71% ao ano (10,68% ao ano).

continua após a publicidade