O Índice de Preços ao Consumidor Amplo -15 (IPCA-15) consolidou o clima positivo para o mercado de juros, que já vinha se formando diante da recuperação do ambiente externo. A inflação ficou em 0,29% em setembro, ante 0,42% em agosto, segundo o IBGE. O resultado ficou abaixo do intervalo das estimativas dos analistas (0,30% a 0,45%).
No pregão de ontem, o mercado já especulava com a possibilidade de o IPCA-15 mostrar uma taxa mais baixa. Esse rumor limitou, segundo operadores, a pressão da alta do dólar sobre os juros dos depósitos interfinanceiros (DIs). E hoje de manhã, a confirmação desse resultado levou as taxas futuras às mínimas no pregão eletrônico da Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F). Às 10h17, o DI com vencimento em janeiro de 2009 projetava taxa de 11,21% ao ano, ante 11,32% ontem; e o DI de janeiro de 2010 tinha taxa de 11,33% ao ano (11,40% ontem).
Operadores ponderam, no entanto, que a queda das taxas não estaria acontecendo nessa intensidade, não fosse o ambiente positivo no exterior. Os índices futuros das bolsas em Wall Street apontam alta, assim como as bolsas européias. "O cenário externo continua dando as cartas", afirma um operador.
De todo modo, com o alívio no exterior, o IPCA-15 é um argumento importante para investidores aplicarem nas taxas futuras. Mas, ressaltam profissionais, o indicador ainda não é suficiente para definir as apostas para a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Até porque os núcleos do IPCA-15 recuaram, mas não com tanta força quanto o índice cheio.