A tensão no cenário externo segue se infiltrando no mercado de juros. Mas as taxas projetadas, que esticaram no início do dia para cima, recuam da máxima, indicando que pode até haver um espaço para uma melhora. O juro projetado pelo contrato de depósito interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2010 estava em 11,12% ao ano, acima do 11,03% do fechamento de ontem na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F).
Segundo uma fonte, a trajetória do mercado de juros pode até se descolar do cenário externo. "O mercado já tinha ajustado as taxas para patamares mais elevadas após o debate sobre a meta. Ressentiu-se da crise externa, mas pode começar a mostrar um certo descolamento, já que os fundamentos domésticos seguem intactos", comentou. "A correlação com o cenário externo pode diminuir", observou, já que os fundamentos seguem sólidos por aqui.
Mas a temperatura no mercado externo segue extremamente sensível com as preocupações sobre dificuldades de fundos do Bear Stearns e da corretora australiana Macquarie nutrindo o sinal negativo nas bolsas européias e nos futuros de Nova York. Mas o cenário melhorava com o decorrer dos negócios. Às 9h41, o S&P 500 reduzia a queda a 0,38% e o Nasdaq 100 futuro, a 0,26%. Na Europa, as três principais bolsas saíam das mínimas.
Uma fonte destacou que a piora do ambiente de crédito encontra um mercado em que a demanda por crédito é baixa, já que os países seguem indicando fundamentos sólidos e trazem reservas enormes, enquanto as empresas estariam, no geral, supercapitalizadas. Mas setores com créditos menos confiáveis devem seguir afetados e o mercado pode prosseguir desmontando ativos ilíquidos para compensar perdas. Em algum momento, os ativos com melhor qualidade e mais liquidez serão afetados, mas isso tem um limite.
